Amizade é uma raiz que se desdobra de uma alma para o coração da outra, e de ambas nasce uma rosa que perfuma a relação...
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Quando uma pessoa passa a conviver com outra, naturalmente vão entrando na vida uma da outra. Passam a ter muitos momentos juntas, dormirem juntas, comerem juntas, passearem juntas, etc. As mentes e o centro emocional de ambas geram energias com a representação da(o) parceira(o). Uma e outra passam a estar presente nos penamentos, emoções, na alma, no corpo, uma da outra.
Se a relação é boa e a esposa ou esposo falece, ou por outro motivo traumático acontece uma separação, provavelmente acontecerá sofrimento.
Haverão vários estímulos para o surgimento de lembranças. No ato de almoçar sem a(o) companheira(o); na hora de dormir, o vazio na cama, a ausência do carinho; nos domingos de chuva, estando sozinha(o) em casa, etc.
Se usamos as lembranças para produzir energias de tristeza, de lamentação, isto pode fazer nascer um ego.
Sentir a ausência é natural, mas o tempo conserta as coisas. Aos poucos o corpo vai sendo reeducado para conviver com a ausência, reeducado para voltar a viver como pessoa solteira. Não foi de um dia para a noite que aquele amor cresceu, se desenvolveu, instalou raízes profundas, também não será de um dia para a noite que a pessoa vai se reeducar para uma vida na ausência daquele SER amado.
Vejo como importante respeitar o sofrimento do corpo, do centro emocional e do centro mental, eles são elementais que agora precisam do apoio da consciência para se reeducarem para uma nova forma de viver. Se o corpo chorar, que a alma o deixe chorar e tudo bem, libere a dor...
O vazio precisa ser preenchido com amor, com oração, com gratidão, com meditação, com dedicação as(os) filhas(os), com dedicação ao animal de estimação, com leituras, com atividades que dão prazer, com amizades, com o cuidado com a casa, exercícios físicos, etc.
Se o espaço vago pela ausência do amor for preenchido pela tristeza, ela vai crescer ali e se desenvolver. O terreno é fértil, se não plantamos rosas, nascerão ervas daninhas.
Retirar um ego da personalidade e despertar uma virtude é um trabalho e tanto! Por exemplo, eliminar as várias manifestações da raiva e despertar as várias manifestações da serenidade. Se criamos um ego saudosista de um grande amor, este ego poderá crescer e prejudicar a vida da pessoa.
A vida segue. Gratidão pelas pessoas boas que se foram da minha vida, gratidão pelos momentos em que estivemos juntos, pelos aprendizados. Gratidão por continuar e pelas experiências que virão!
No lugar da lamentação, gratidão!
E para completar, o tempo vem e vai curando as feridas.
Depois que a tristeza se instala e cresce, talvez se tornando uma depressão, o trabalho para a cura poderá será árduo. Prevenir é um ato de amor, estarmos preparados para todas as perdas da vida. Estarmos preparados para consertar os problemas quando eles estão no início, pois fica mais fácil, enquanto o problema não se torna uma montanha.
Voltarei a escrever amanhã.
Ulisses Higino
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