sábado, 30 de abril de 2016

Meditação (Transmutando o Ego em Flor) - cap.34

Quando tenho raiva demonstro que fui manipulado por 
quem a causou; quando, diante destas circunstâncias, mantenho-me sereno e educado, demonstro que sou governante de mim.

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Meditação

* Ambiente e horário apropriados;
* Oração pedindo auxílio para realizar a prática;
* Relaxamento;
* Silenciar todos os níveis da mente.

Sugiro que esta prática seja realizada em um momento onde não precisemos nos preocupar com o horário para terminar, sem despertador, livres de qualquer outro compromisso que não seja esta prática, por este motivo vejo como ideal fazer esta prática antes de dormir. Se tivermos que estabelecer um horário, uma determinada duração, em certos momentos da prática a mente provavelmente poderá nos atacar com pensamentos como estes: será que está dando a hora? Será que o relógio não despertou? Desta forma a mente sabota nossa prática.

No amanhecer, no momento que despertamos, ou de madrugada, também pode ser muito bom, desde que neste dia possamos ficar livres para seguir com esta prática por quanto tempo sentirmos necessidade. Entretanto, passado um certo período a mente pode nos atacar pensando no café da manhã!

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Podem haver muitas definições diferentes para a prática Meditação, uso a que aprendi com duas almas irmãs que foram minhas instrutoras: Meditação é o estado que vivenciamos quando conseguimos silenciar todos os níveis da mente. Quando uma alma alcança a Meditação ela se desprende do corpo e ingressa em dimensões superiores onde vivencia o êxtase.

Não tenho autoridade para falar do êxtase, também estou a buscá-lo, mas posso atestar que vivi um certo nível de êxtase onde pude comprovar que tudo o que vivemos em nossa humanidade é realmente uma grande ilusão, mas não tenho como descrever em palavras e não posso dar prova, estas experiências são exclusivamente de quem as experimenta. Esta minha vivência se deu por meio de disciplinas intensas que desenvolvi para silenciar a mente, sem nenhum tipo de estimulante externo, música, ervas, ou outros (respeito que pratique a Meditação usando destas outras formas, técnicas), fazia estas práticas usando apenas da pouca consciência que possuía na época.

O pouco que experimentei foi tão grandioso que nunca mais perdi este conhecimento, mesmo que o tenha vivido no final da minha adolescência. Não faço ideia de como será viver um êxtase, se com tão pouco já fui inundado por tanta luz! 
Além do êxtase existem muitas outras experiências espirituais que são necessárias, acho bom comentar para não confundirmos. A intuição, as experiências fora do corpo físico, a clarividência, a clariaudiência, etc.

Não me agrada falar de experiências íntimas, fui um grande admirador de seres por conta das experiências espirituais que relataram ter, e sem perceber desenvolvi em mim a idolatria e a crença fanática no que não tinha provas. Quanto menos experiências espirituais eu relate mais me sinto próximo das pessoas com as quais converso.

No próximo capítulo vou detalhar sobre a prática.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br

Considerações sobre a prática "Retrospectiva" (Transmutando o Ego em Flor) - cap.33

A sujeira facilmente se instala e depois deixa suas marcas, a limpeza só se mantém com trabalho.

Todo ego, vício, facilmente se instala e quanto mais permanece, mais dependência gera, escraviza. Toda virtude, consciência, só desperta mediante esforços conscientes e quanto mais permanece, mais se purifica, elimina de si os egos, menos dependência gera, liberta!

Para criar defeitos não há pré requisitos, são gratuitos e estão ao alcance de todos, a qualquer momento, surgem da inércia, inconsciência, quem não os tem?

Preguiça, arrogância, orgulho, inveja, ciúmes, impaciência, ira, mentira, etc.

Para despertar virtudes existem regras, disciplinas, é necessário força de vontade, trabalho. Estão ao alcance de todos mas raros as fazem brotar na alma. O ouro é precioso porque é raro, se fosse comum não teria valor.

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A prática da retrospectiva, embora seja simples, se torna complexa e difícil pelo auto grau de inconsciência que estamos. Aqueles que tentarem fazer esta prática vão perceber a luta que será necessária para desenvolver a concentração e conseguir fazer a prática completa.

Com o tempo, havendo dedicação sincera, os resultados vão aparecendo. Vale à pena insistir com esta prática, ela é uma ferramenta de valor inestimável para o auto-conhecimento e consequentemente o despertar da consciência.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br

domingo, 24 de abril de 2016

Retrospectiva (Transmutando o Ego em Flor) - cap.32

Esta é uma prática apropriada para fazermos antes de dormir.

Antes desta prática e antes das demais que mencionei nos capítulos anteriores, para as pessoas que tenham uma compreensão do poder da oração e sua importância, sugiro que seja feita uma súplica, oração, pedindo por auxílio para conseguir ter resultados conscientes. Cada um faz a sua oração de acordo com seu coração, pedir ao Íntimo, à Deus, à Consciência Cósmica, a Mãe Interior, etc.

* Relaxar;
* Postura cômoda;
* Reconstruir todos os acontecimentos do dia, de trás para frente, com a concentração e imaginação. Rever os momentos antes de deitar-se, o banho, o chegar em casa, enfim, tudo o que nos aconteceu até chegarmos no início do dia, nos momentos em que acordamos. Reconstruir com a imaginação os acontecimentos, o que nos falaram, o  que sentimos, o que fizemos, tudo o que formos capazes de reconstruir.

A imaginação é uma habilidade que pode ser desenvolvida, assim como toda outra habilidade, e é muito necessária para os exercícios espirituais.

Toda pessoa que se dispor a ler um mesmo texto muitas vezes vai começar a desenvolver uma compreensão sobre este texto e esta compreensão vai se expandindo. Este é um outro princípio que me foi ensinado e que é fato, a compreensão é elástica, tanto se desenvolve como pode ser atrofiada.

Quanto mais fazemos a retrospectiva nossa compreensão sobre nós mesmos vai aumentando, é como se estivéssemos lendo um livro, olhando para nós mesmos no final do dia, para tudo o que nos aconteceu por fora e por dentro. Esta é uma prática simples, eficiente e fundamental para o auto-conhecimento. 

Depois de fazermos a retrospectiva em vários dias seguidos começamos a ver com mais clareza muitos egos. E em muitas situações dos dias subsequentes passamos a nos manter preparados psicologicamente, pois sabemos que tais defeitos psicológicos vão agir, assim nos antecipamos a eles e os vamos eliminando. Quem se vê todos os dias por meio da retrospectiva descobre suas mesmices, seus hábitos intelectuais, emocionais, motrizes, instintivos e sexuais, e naturalmente desenvolve em si uma vontade de transformar-se, deixar de ser mecânico.

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Concentração, relaxamento e imaginação são princípios que dão base para a prática da Meditação. Vou falar um pouco desta prática no próximo capítulo.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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Imaginação (Transmutando o Ego em Flor) - cap.31

Outra prática que nos permite exercitar o controle de si por meio da concentração e imaginação é a "Concentração no Coração".

Prática:

* Realizar o exercício em um local e horário apropriado, por exemplo, na cama antes de dormir, ou na cama após o despertar, ou outros momentos/locais oportunos;

* Fazer um relaxamento;

* De olhos fechados observar atentamente o coração por meio da imaginação consciente, seu formato externo, suas partes internas, seu movimento, o sangue que chega e que sai, seu tecido, e todos os detalhes que se conseguir imaginar. Dependendo da sensibilidade no momento da prática podemos sentir fisicamente o pulsar do coração enquanto trabalhamos com a imaginação e concentração.

Sempre que a atenção divagar trazê-la de volta ao foco.

O tempo de duração depende da disponibilidade de cada um e do preparo psicológico. O que aprendi e vejo como muito sensato é começarmos fazendo práticas pequenas, para nos educarmos para elas, depois aumentamos o tempo gradativamente.

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Aprendi com um professor de almas que imaginação é diferente de fantasia. Imaginar é reconstituir a realidade como ela  realmente é, fantasia é criar imagens mentais de coisas que não existem. A alma, consciência, imagina, o ego fantasia. 

As fantasias são muito comuns em nosso dia a dia, são ações dos egos. Fantasias da gula, da luxúria, do ciúmes, do eu do roubo, do medo, etc. Os egos se alimentam por meio das fantasias, se nos disciplinamos para eliminarmos o vício de fantasiar vamos tirar uma grande fonte de alimento para todos os egos.

Outra prática onde trabalhamos a imaginação e a concentração é a retrospectiva diária, também a aprendi por meio do professor que citei acima. Vou falar sobre esta prática no próximo capítulo, embora já tenha falado sobre ela em outras obras.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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sábado, 23 de abril de 2016

Comunicado

Leitores do Poesias Para o Despertar, hoje não pude escrever (sábado, 23/04/16), estou me organizando para publicar amanhã de noite.

Fraternalmente,

Ulisses Higino

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Concentração (Transmutando o Ego em Flor) - cap.30

Exercício com os olhos abertos (Concentração)

Sentar-se comodamente, planta  dos pés no chão, mãos sobre as pernas, coluna reta, postura alinhada.

Na frente do corpo colocar um quadro ou objeto que possua muitos detalhes na sua constituição, formas, cores, etc.

Colocar a atenção em cada parte de cada elemento deste quadro ou objeto, sem  pensar, apenas passear a atenção tendo como referência o sentido da visão.

Nesta prática fica bem clara a realidade dos apagões de consciência, a visão simplesmente apaga e somos levados para o passado ou futuro.

Depois de um tempo podemos desenvolver o domínio da atenção concentrada sobre os elementos e isto nos auxilia no viver em atenção nas diferentes atividades do dia a dia.

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Havendo o domínio da atenção  fortalecemos a consciência e enfraquecemos a impulsividade, ou seja, enfraquecemos os egos.

É importante que estas práticas sejam feitas em um local apropriado, tudo o que é feito fora de hora e local apropriados geral conflitos, desarmonias.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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Relaxamento (Transmutando o Ego em Flor) - cap.29

Exercício com os olhos fechados (Relaxamento)

Sentar-se comodamente, planta  dos pés no chão, mãos sobre as pernas, coluna reta, postura alinhada.

Caso decidam por fazer esta prática deitados eu sugiro que fiquem deitados de costas, barriga para o teto, mãos ao longo do corpo.

Fechar os olhos, colocar a atenção (consciência), apenas atenção, sem pensar, na cabeça, usando a força da vontade e a imaginação consciente, e relaxar todas as células presentes nos tecidos, ossos, cérebro, etc. Lentamente, suavemente. Com a imaginação vamos passeando pelo corpo.

Colocar a atenção no pescoço e fazer o mesmo e seguir descendo, mantendo sempre um ritmo sereno, lento, suave, na movimentação da atenção e trabalho de afrouxar, relaxar, usando da força da vontade consciente.

Ombros, braços, mãos, região peitoral, abdomen, costas, coluna, órgãos internos, quadril, coxas, joelhos, pantorrilhas, pés.

Terminado o processo dirigir a atenção usando a imaginação e a vontade, para todo o corpo. Se a prática for bem feita, com leveza, calma, ritmada em um compasso lento, a pessoa poderá sentir todo o corpo em um estado de harmonia, envolvido em uma vibração de tranquilidade.

Este exercício é muito bom como um gesto de amor para com o corpo, passear a energia da consciência por todas as partículas deste amoroso veículo que temos. Contribui para pararmos de viver de forma agitada, para irmos nos educando para o viver sereno (a serenidade é fundamental para a expressão da consciência). Muito bom para ser feito antes de deitar, e uma ou duas vezes em diferentes momentos do dia, e antes de qualquer prática de natureza espiritual, como a "Retrospectiva", a "Meditação", "Desdobramento Astral", etc.

Nos momentos em que não se pode ser feita a prática completa podemos apenas nos colocar em uma postura cômoda e respirar suavemente, com profundidade e leveza, inalando e exalando o ar com serenidade, por umas três vezes, e em seguida colocar a atenção, imaginação e vontade para relaxar todo o corpo de uma só vez. Isto pode ser feito com até um minuto, portanto podemos usar deste artifício em um momento que formos a um banheiro, ou em um local onde possamos estar seguros, como um escritório com as portas fechadas, no horário de almoço, etc.

Não é recomendável fazer esta prática em ambientes abertos, pois ao fecharmos os olhos ficamos vulneráveis, e seria muito estranho, fora de lugar, ficar fazendo um relaxamento em momentos e lugares inadequados. Cada coisa em seu lugar apropriado e um lugar apropriado para cada coisa.

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Quando uma pessoa começa a fazer estes exercícios inicia um processo de se fazer consciente da falta de controle sobre a atenção (falta de concentração), pois começa a ser vitima da inconsciência e por muitas vezes sua atenção é carregada pelos egos, para o passado ou futuro, adormecendo a consciência em tagarelices, fantasias, emoções negativas, etc. A pessoa volta a atenção para a prática e de vez em quando sua consciência adormece, depois retorna para a prática, etc. Isto também acontece no dia a dia, estamos conversando ou escutando alguém, de olhos abertos, dirigindo, trabalhando, e a consciência adormece, ficamos de corpo presente e alma ausente.

Nossa mente foi educada para ficar solta, sem a presença da consciência, e nesta condição os egos a controlam. Para o despertar da consciência é preciso o processo de reeducação, aos poucos ir mostrando pra mente que ela deve estar passiva e a serviço da consciência. É o mesmo processo de desintoxicação de qualquer vício, requer paciência, continuidade, perseverança, muito  amor. A mente precisa ser educada para ser controlada pela alma, consciência, e a presença desta luz precisa estar de instante a instante purificando a mente.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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A impulsividade e a falta de atenção (Transmutando o Ego em Flor) - cap.28

A lonjura vai me apegando ao desapego,
a memória vai ganhando a tua ausência,
teu perfume não mais sinto em meu jardim...

Uma dose de carinho, mesmo sendo em poesia, reanima o moribundo.

Ele, laço que havia, com cheirim de alecrim!
Ele, tão criança, que nasceu do nosso abraço, nossos risos e andanças...
Ele, se dizia eternidade, nosso laço de amizade!

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 A impulsividade é uma das características do "Transtorno de Déficit de Atenção", fator que determina a falta de controle de si.

Todos temos egos, e em todo ego há o princípio da impulsividade que se desenvolve em diferentes níveis em cada pessoa. 

A consciência, como já o disse em muitos outros capítulos, é um conjunto de virtudes, assim como o ego é um conjunto de defeitos psicológicos. Podemos dizer que cada virtude é uma consciência e que cada defeito psicológico é um ego. E assim como existem características que estão presentes em todos os egos, também existem características presentes em todas as virtudes.

Em todas as parcelas de alma, virtudes, temos a atenção, a concentração, a reflexão, a intuição e a compreensão. Poderia escrever um livro apenas sobre as conexões entre estas partes, seria maravilhoso, talvez um dia tenha o merecimento de fazê-lo. Tenho muitos livros para revisar e muitos outros para escrever, mas só posso me ater ao que é possível agora.

O viver em atenção é um exercício que fortalece a consciência e enfraquece a impulsividade. A atenção não anda sozinha, dela nasce a concentração e frequentemente dela brota uma reflexão dirigida pela intuição e nos conduz a uma compreensão de algo, mas isto só acontece havendo a auto-observação e a constante recordação de si (ser), ou seja, o indivíduo que mantém presente o significado do seu existir.

No próximo capítulo vou sugerir um exercício para   percepção da atenção consciente.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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domingo, 17 de abril de 2016

Impulsividade (Transmutando o Ego em Flor) - cap.27

A impulsividade nos leva a ação sem reflexão, por impulso, indica a falta de controle interno.

A consciência nos proporciona paz interior, à medida que ela vá se manifestando com mais frequência, maior a liberdade do Ser em relação a inconsciência dos egos. Inconsciência é limitação, sofrimento, ignorância, dor.

Todos os egos são desejos, desejo de se satisfazerem. A ira tem o desejo de brigar, a preguiça tem o desejo de ficar no ócio, o medo tem o desejo de fugir, assim são todos os defeitos, cada um com sua característica peculiar.

Uma boa forma de combater a impulsividade é a prática da prudência, vou citar algumas disciplinas.

* Educar-se para realizar as atividades com tempo de sobra, para retirar a necessidade das ações apressadas e trabalhar para agir com serenidade e de forma reflexiva;

* Antes das refeições evitar o hábito de ficar beliscando, degustando os alimentos. Primeiramente se educar para aprontar o prato, sentar-se à mesa, e antes de comer fazer uma pequena oração de agradecimento. Depois da refeição deixar todo o ambiente arrumado e limpo. Aos poucos vamos enfraquecendo pequenos hábitos da gula e aprendendo a ter ações ordenadas, organizadas, o que requer reflexão;

* Ao sairmos para fazer compras ou cumprir compromissos fazer uma lista para ser seguida em ordem de prioridade;

* Durante as refeições mastigar os alimentos com calma;

* Antes de dormir fazer uma oração, ao acordar deixar o  quarto em ordem;

* Organizar uma agenda para as atividades diárias e realizá-las em ordem de prioridade.

Como estas atividades fazem parte do dia a dia de qualquer pessoa, se tornam uma boa referência para exercícios frequentes de auto controle, para o desenvolvimento de ações reflexivas e serenas. Depois que desenvolvemos a prática nestes momentos oportunos, nossa mente vai se educando para esperar o comando da consciência em todas as demais circunstâncias, vai aprendendo que primeiramente vem a reflexão e o comando do SER.

A ordem e organização são disciplinas que se tornam instrumentos muito eficientes para a manifestação da consciência. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. E é bom aliar esta prática ao agir sem desejos, mantendo a serenidade mesmo quando não for possível manter a ordem, apenas agindo pela vontade consciente, não por resultados finais, a ação da consciência em si é o resultado, a alma pulsando!

Quando vamos treinar um exercício de matemática podemos repeti-lo muitas vezes e pela repetição vamos aprendendo a corrigir os erros de raciocínio e dominando as fórmulas até começarmos a acertar. Em relação ao ego, estão diluídos durante o dia e podemos nos perder por não sabermos a hora em que vão aparecer. 

Se pudéssemos fazer a ira se manifestar dez vezes seguidas para podermos observá-la com calma e exercitar a reflexão, auto-observação e a prática de eliminar este defeito, então os resultados certamente seriam eficientes, mas isto não acontece.

No caso das disciplinas que citei, os momentos são previsíveis, definidos, com hora marcada e por isto podemos nos armar para lutar com os egos que se manifestam neles, e todos os dias podemos repetir os exercícios. É prudente iniciarmos um trabalho estabelecendo bases seguras, depois a consciência vai traçando suas estratégias para as demais situações.

Estas são algumas sugestões para nos educarmos para enfraquecer a impulsividade e fortalecer a reflexão, auto-observação. Consequentemente a consciência se expande e segue se libertando dos egos impulsivos em todos os demais sentidos.

Havendo um controle sobre a impulsividade temos um trunfo contra todos os egos, pois todos são impulsivos.

Como citei anteriormente o ego é uma prisão, se a pessoa não tem merecimentos, mesmo havendo disciplinas eficientes, talvez não tenha força interior para avançar.

(este livro é para reflexão, leitura e releituras atentas, assim a compreensão se expande).

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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Ego-prisão (Transmutando o Ego em Flor) - cap.26

Não tenho clarividência, nem telepatia, não saio consciente do meu corpo, ou seja, não faço viagens astrais ou em outras dimensões, e estou muito feliz pelas conquistas que estou fazendo a nível interior! Estou feliz por poder dizer que o que adquiri não foi por conta de faculdades especiais, de modo que não sou especial, não sou melhor que ninguém, de modo que não podem me dizer que tenho certas percepções porque tive o privilégio de ter faculdades superiores, porque tive o privilégio de sair em astral, etc.

A minha grande arma foi o amor, uma vida de dedicação ao próximo, e por conta deste amor sinto que minha compreensão está se abrindo, minha consciência está desabrochando! E por ela sinto que estou vendo os mistérios do universo, mesmo de olhos fechados! O que fiz para receber este dom qualquer pessoa pode fazer, amar a criação da melhor forma possível, em pequenos gestos, mas com pureza no coração. Primeiro o amor, depois o pagamento, consciência!

Mesmo sem saber da verdade de que existem outras existências, confio nesta possibilidade, e por um sentir interno percebo que os egos são nossa prisão.

A ira provavelmente agrediu muitos seres em possíveis passadas existências, agora provavelmente estou no caminho de sofrer as consequências. Se eu elimino a ira também estarei eliminando os sofrimentos que terei que passar, entretanto sinto que não conseguirei eliminar a ira sem ter pago pelos erros que cometi. Esta é a verdade que desabrochou do meu interior.

A ira brigou e machucou, agora serei atraído magneticamente para o ser que agredi, e pela ira me envolverei no conflito e desta vez serei machucado. Se elimino a ira não me envolvo no conflito e não recebo o sofrimento que fiz por merecer.

Cada ego é a causa das dores que causamos e está ligado aos sofrimentos que iremos sofrer como consequência. O ego é nossa prisão.

Minha consciência me move a pagar pelos meus erros do passado e o estou fazendo, servindo os idosos, enfermos, órfãos, pobres, desabrigados, escrevendo gratuitamente, dando conferências gratuitas, etc. Pagando a fiança sei que poderei me livrar de ir para a prisão! Verdade? Ilusão? Só meu Ser sabe o que é verdade na minha vida e não posso dar esta verdade para ninguém. No mundo temos que apostar nossas fichas em algo ou alguém, que cada um siga seu coração, não necessito convencer ninguém, apenas falo desinteressadamente.

Sempre precisamos do apoio de alguém como referência, até que possamos seguir com nossos próprios pés. Eu não sou a verdade para ninguém, a verdade está dentro de cada um, sou apenas um amigo, uma referência, um irmão.

Meu caminhar está dando resultados em meu interior, minhas dívidas estão sendo pagas e como consequência a compreensão dos egos está aflorando e me possibilitando trabalhar para eliminar estes defeitos psicológicos e despertar as virtudes da alma.

Baseado em minha vida eu sugiro às pessoas que porventura leiam estas palavras, e que sejam buscadoras de despertar a consciência, que façam gestos de amor para pagar suas dívidas, e depois sigam trabalhando com disciplinas eficientes para compreenderem os egos, para poderem eliminá-los sabendo como funcionam e assim tendo bases para não mais criá-los.

Afirmo que há misericórdia na consciência cósmica e que conseguimos o perdão para os nossos erros mediante o pagamento da fiança.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Não reprimir, compreender (Transmutando o Ego em Flor) - cap.25

Por muitos anos tentei eliminar os egos e despertar a consciência e parecia que estava caminhando em círculos, sem ter resultados. Certa vez reprimi o ego da gula de uma forma tão dura, durante uma festa, que no dia seguinte ele veio tão feroz que comi tanto, tanto, que passei mal! Sai caminhando pelas ruas e tive que me deitar em uma área gramada e parecia que ia morrer...

Hoje sei que não vou conseguir nada agindo com ignorância.

É importante refletir, compreender a falta de sentido para o ego em questão, e aos poucos ir enfraquecendo o defeito, segurando-o com compreensão. Orações, merecimento, trabalho, disciplina. 

Segurar um defeito sem compreender é reprimir, segurar um defeito com sabedoria, compreendendo-o, com disciplinas, orações, merecimentos, isto é um trabalho interior.

Fui chocólotra por mais de vinte anos, o trabalho para reeducar meu organismo teve que ser amoroso. Reflexões, compreensão, disciplina, orações, merecimento. Substitui um pacote inteiro de biscoito por uma barra de chocolate duas ou três vezes ao dia, depois substitui a barra de chocolate por um pequeno doce diário, agora estou substituindo o doce por frutas, e isto levou muito tempo.

Não posso agredir meu organismo mudando do dia para a noite, ele vai sentir falta, todos os átomos do meu corpo estão impregnados com a energia dos egos.

Todos os dias vivemos uma renovação das células do nosso corpo, e ao mesmo tempo novas células vão sendo criadas. À medida que as células velhas vão sendo retiradas do meu corpo pela urina, suor, pele, etc, vou também transformando meu comportamento. As células novas que vão se formando eu as vou impregnando com a energia da consciência.

A leitura de livros com técnicas conscientes e uma vida de orações eu tenho certeza que não vão levar ninguém a lugar nenhum, mas se aliado a estas práticas houver ações verdadeiras de amor para com a criação, reflexões, disciplinas para eliminar o ego, então eu confio que algo possa acontecer, se o Ser souber usar estas ferramentas com sabedoria.

A transformação interior eu sei que está ao alcance de todos, basta estar disposto, ser sincero para consigo mesmo e trabalhar com inteligência.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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Dependência física e psicológica (Transmutando o Ego em Flor) - cap.24

A grandiosidade de um gesto florindo na intensidade do amor, o carinho puro à uma rosa e o desabrochar do SER que a ama!

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Antes de entrar no assunto impulsividade sinto a necessidade de uma reflexão sobre a dependência.

Um viciado em drogas se auto-educa para conviver com as substâncias do seu vício. Se ele interrompe o uso o corpo sente falta, vive a síndrome de abstinência, e isto pode ser perigoso.

Nossas almas estão viciadas nos egos, por isto, mesmo que compreendamos a necessidade de eliminar os defeitos psicológicos é necessário muita cautela.

A prática do amor, periodicamente, alimenta, fortalece a consciência. 

No meu caso, há uns quatro anos atrás comecei com gestos de amor para com o meu corpo, pequenos alongamentos diários de mais ou menos cinco minutos. Depois de muito tempo passei para dez minutos e recentemente acrescentei novos exercícios chegando a me exercitar de quinze a vinte minutos diários. A resistência para fazer esforços pequenos de cinco minutos é mais facilmente contornada e depois nos tornamos fortes, desenvolvemos a continuidade de propósitos, mas se buscamos começar com muito, sem antes fortalecer a resistência, isto se torna anti-produtivo e uma agressão à nossa natureza física e psicológica.

Para evitar de ser vencido pela preguiça sempre inicio com trabalhos leves e facilmente suportáveis, tenho tido muito bons resultados e por isto dou estas sugestões.

Vou exemplificar com ações que estou realizando no momento, são poucas, com pouca duração e as incorporei a minha vida aos poucos:

Primeira semana do mês - visita de uma hora praticando musicoterapia para crianças enfermas na ala de Pediatria do Hospital de Base/DF (perto de um local onde dou aula);


Segunda semana do mês - visita de uma hora praticando a musicalização infantil, ensinando o relaxamento, concentração, meditação e reflexão, para crianças de uma rede pública de ensino (perto de um local onde dou aula);

Terceira semana do mês - visita de uma hora praticando a musicoterapia para enfermos mentais em um Hospital Público/DF (perto de um local onde dou aula);

Quarta semana do mês - organizando visitas a uma maternidade púbica para atuar com a musicoterapia para recém nascidos (perto de um local onde dou aula);

Fora estes trabalhos escrevo e publico estes livros pela internet, nos finais de semana, sextas, sábados e domingos após minha jornada de trabalho profissional;

Uma vez por mês realizo eventos culturais envolvendo meus alunos, familiares, amigos e comunidade em geral;

Esporadicamente realizo campanhas para auxiliar orfanatos, asilos e outras instituições carentes;

Já realizei outras atividades mas no momento trabalho com estas.

Todas estas atividades são gratuitas, não peço nada por elas, são o meu sacrifício pelos semelhantes. Sacro ofício, trabalho santo!

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Estes pequenos gestos os incluí na minha rotina de modo que eu não preciso mudar meu itinerário (são locais próximos dos  locais onde dou aulas) e não preciso dedicar muito do meu tempo.
Se ficamos muito afoitos pensando que podemos abraçar o mundo com as mãos, tentando mudar tudo de forma intensa e rápida, teremos grandes possibilidades de fracassar.

Consciência é amor, como despertar a consciência vivendo de forma egoísta? Ao mesmo tempo que faço trabalhos para enfraquecer e eliminar os egos sigo preenchendo minha vida com gestos de amor, doses de amor. Se o ego sai o amor tem que entrar no seu lugar, os espaços não ficam vazios, mas se busco tirar o ego e não coloco amor no lugar, como ele vai sair?

Para eliminar o ego faço minha parte, meus sacrifícios, meus esforços, minhas reflexões e disciplinas, meus gestos de amor, e simultaneamente faço orações pedindo pelo despertar da consciência, pedindo pela eliminação dos defeitos que me prejudicam. 
Como uma pessoa pode se sentir merecedora de conseguir auxílio de forças superiores enquanto não viva o amor?

Antes eu fazia minhas orações mas só depois que passei a viver o amor para com os semelhantes é que pude desenvolver o sentido da fé e pude ter resultados bem definidos na minha vida.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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sábado, 9 de abril de 2016

Os desejos e o verbo (Transmutando o Ego em Flor) - cap.23

Sobre este assunto, por várias vezes em diferentes livros sugeri disciplinas para enfraquecer os desejos por meio do verbo.

O verbo é criador, tanto pode e gera conflitos, como pode e gera harmonia. Usar o verbo para construir a paz é uma prática não comum, é ouro, raro. Todos falamos de amor e paz, mas quem ensina a eliminar o ego? De que adianta falar de paz e explorar os semelhantes com o capitalismo, com as vaidades, com as competições, disseminando idolatrias, praticando fanatismos, etc? Se surgir um verbo de paz ele estará com todos, distribuindo, compartilhando, equilibrando, harmonizando, eliminando os preconceitos, os fanatismos, os dogmas, etc, assim o compreendo.

As palavras possuem vários sentidos, significados, podemos nos disciplinar para purificarmos o nosso verbo. Por exemplo a palavra "obrigado" tem o sentido de "obrigação" e de "gratidão", depende do contexto, porém a palavra "gratidão" tem apenas o sentido do reconhecimento consciente do bem recebido. Podemos fazer escolhas usando as palavras que possuam em si energias o mais puras possíveis.

Em relação aos desejos podemos substituir o "gosto ou desgosto" por "tenho ou não tenho afinidades";  o "querer" por "tenho vontade"; etc. 

Como podemos exercitar a pureza se não nos envolvemos no mundo da dualidade podendo fazer escolhas e aprendendo o sentido profundo destas práticas? A degeneração é como a sujeira, acontece naturalmente, uma tendência entrópica, a regeneração requer atenção, reflexão, ação consciente. Como uma pessoa inconsciente pode ter um verbo puro, consciente? A pureza é uma conquista gradativa e tem como condição fundamental o despertar da consciência.

Quem cuida do seu verbo está vigiando a porta do castelo por onde  os egos saem para fazerem seus estragos. Cuidando do verbo evitamos palavras de ofensa, palavras que discriminam, palavras que mentem, palavras que desrespeitam, palavras que tiranizam, palavras recheadas de pornografias, piadas com duplo sentido malicioso, etc.

Retirando de nós os "desejos" combatemos ao mesmo tempo as "expectativas" e as "ansiedades". Agora vou continuar com as demais características dos egos :

"impulsividade", "fantasias", "intransigência", "competitividade", "egoísmo", "insatisfação", "rigidez", "inflexibilidade", "desequilíbrio", "desarmonias", e o fato de que os defeitos psicológicos agem por associação, e somente um por vez atua no comando do corpo. 

O trabalho com o verbo nos permite lidar com todos estes fatores acima relacionados, portanto é de vital importância a compreensão de como alimentamos e criamos novos egos por meio do verbo.

O verbo é uma espada, uma arma, e pelo uso inconsciente dela a humanidade estamos nos destruindo e destruindo nosso lar, o planeta terra e demais almas irmãs que nele habitam. Se um Ser tiver vontade de avançar inteligentemente no processo do seu despertar da consciência sugiro o trabalho de purificar o seu verbo. É claro que neste caminho são muitos os tropeços, mas todo aprendizado é assim, nunca vamos começar como sábios e sim como aprendizes, errando e consertando.

Talvez eu ainda tenha a oportunidade de escrever um livro tratando o despertar da consciência por meio do verbo.

Bem, agora vou continuar com as outras características dos egos, a partir da "impulsividade".

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br

Relacionando temas (Transmutando o Ego em Flor) - cap.22

Vejo a grandiosidade do gesto na intensidade do amor, o carinho puro à uma rosa e o desabrochar do Ser que a ama!

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A direção principal desta obra é traçar algumas características básicas envolvendo todos os egos e sugerir estratégias para o despertar da consciência de forma o mais objetiva possível, sendo esta prática necessária para aproveitarmos o pouco tempo que temos nesta humanidade.

Se encontramos bases que sejam fatores em comum em todos os egos, e se conseguimos enfraquecer estas bases, então podemos enfraquecer toda a legião inconsciente de egos que estão adormecendo a nossa alma.

Já refletimos sobre os fatores "memória", "desejo", "expectativa" e "ansiedade", agora vou fazer uma relação entre estes aspectos. 

As nossas experiências de vida geram memórias de sensações visuais, auditivas, gustativas, táteis e olfativas. Estas memórias são estimuladas por algum fator que nos leve a uma associação com elas, e da lembrança podemos desenvolver um desejo de voltar a experimentar estas sensações.

O corpo sente a necessidade física de se alimentar, a fome, mas o desejo de comer é mental, ele é um vício psicológico. Como se alimentar sem o "desejo"? Isto é possível compreendendo a inconsciência da gula, eliminando este defeito psicológico e despertando a virtude da temperança. O prazer desfrutado com o sabor dos alimentos continua sendo real e uma satisfação do corpo físico, a consciência também desfruta destas sensações porém de forma reflexiva, se alimenta pela vontade consciente e não pelo desejo. A consciência experiente elimina seus defeitos pela compreensão e passa a não criar mais defeitos.

Da mesma forma o Ser consciente tem uma vida conjugal saudável trabalhando com suas energias sexuais por meio da vontade consciente, acompanha o deleite que o corpo físico experimenta, mas elimina de si a luxúria, o "desejo" sexual. Os corpos sentem a atração, magnetismo sexual, e isto é normal, o desejo é mental, hábito. 

O trabalho com os desejos é muito profundo, como disse envolve todos os egos, o desejo da preguiça, do ciúmes, da ira, da inveja, do orgulho, etc. Todos os desejos são inconscientes, escravizam a alma e geram desequilíbrios no interior e exterior.

O trabalho para retirar o desejo das ações simples do dia a dia enfraquece todos os demais egos e nos dá experiências para conseguirmos avançar na eliminação dos desejos mais complexos.

Este livro se relaciona e complementa o outro que escrevi "A alma e o Ego", onde dou detalhes específicos sobre a eliminação de cada ego em separado. Aqui estou relacionando características comum a todos os egos. É importante que isto fique claro.

Fraternalmente,

Ulisses Higino

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Desejo, expectativa e ansiedade (Transmutando o Ego em Flor) - cap.21

Luzes sobre rodas vagam lumes na cidade quando o Sol se deita e a noite acorda

Brilho em meus olhos se enamoram do cenário na janela desta nave sob as nuvens

Corpos deslizando em suas vidas, muitos deles sem farol... Seguindo a buscar um rumo

Outros tem seu prumo por estarem sobre os trilhos que o mundo vagabundo impõe

Rumo de ironia, na verdade o Ser está descarrilhado se não é seu próprio guia!


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Sinto a necessidade de mais umas palavras em torno deste assunto.

Havendo uma compreensão profunda podemos perceber a falta de sentido em desejar-mos.

Os objetivos são necessários e na busca por realizá-los todos os resultados são construtivos. 

Não podemos determinar o tipo de resultado, se isto fosse possível todas as pessoas desejariam realizar todas suas fantasias e se todos tivessem o poder de realizá-las como seria? Um caos!

Como um ser pode se desenvolver tendo o poder de satisfazer todas as suas aspirações?

Nos desenvolvemos por meio das experiências, sejam boas e ruins, tudo são aprendizados. E se tudo é proveitoso e não podemos determinar o que virá, e aprendemos a estar abertos para o que virá, passamos a viver em paz!

O ser consciente destas realidades faz o seu melhor, porém com serenidade, sem desejos, sabe que os desejos vão levá-lo a expectativa e ansiedade, e assim sua consciência ficará desestabilizada.

Em uma prova, entrevista de emprego, diante de um conflito, etc, é sensato o fato de que mantendo a serenidade todas as possibilidades de nos sairmos melhor aumentam. E se não podemos determinar os resultados, de que adianta desejar? Sofrer? Apenas fazer o melhor possível com calma, se tudo sair bem, desfrutamos e aprendemos, se tudo sair errado, desfrutamos e aprendemos, de todas as formas temos um banquete de aprendizados!

Porquê desejar? Como uma consciência pode ter esta postura quando conhece a realidade de que é inútil tal atitude interior? Estar disposto a aprender com o que vier é estar disposto a viver em paz, pois não há o que fazer. Será possível alguma pessoa viver sem adversidades, sem sofrimentos, sem doenças, etc? 

Sempre que nos colocamos diante de um objetivo surge a tendência de desejar o resultado, são ervas daninhas que naturalmente surgem, neste momento, um Ser experiente reflete e segue retirando de si as ervas daninhas. Para manter-se neste estado há a necessidade do viver reflexivo de instante a instante, e vivendo assim a pessoa economiza suas energias e se mantém sempre serena. A consciência passa a viver em estado de intensa atividade, e quanto maior sua atividade, maior a serenidade no pensar, sentir e agir, todas as energias são economizadas no organismo físico. A energia da consciência é inesgotável! Quanto maior a consciência, maior a força interior.

Não posso transmitir com palavras a verdade por trás do que estou falando, há a necessidade de uma compreensão profunda por parte de quem sinta que deve investigar a realidade do que digo. Se fosse possível colocar verdades no papel compreendo que isto seria criminoso, que mataríamos a necessidade real de que cada um encontre a verdade dentro de si, na sua vida, nas suas experiências.

No próximo capítulo vou relacionar os temas tratados até então, "memórias", "desejos", "expectativa" e "ansiedade".

Fraternalmente,

Ulisses Higino

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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Expectativa e Ansiedade (Transmutando o Ego em Flor) - cap.20

Palavras são vagas
Nas águas do verbo
Alma que as sopra
Conduz seu destino

Se não há controle
Formam tempestade
Havendo juízo
Lagoa tranquila

São brutas, mortais
São dóceis, carinho
Cabe ao alento que as sopra
Fazê-las flor, fazê-las guerra

Palavras são águas
Fecundas, nascentes
Constroem o inferno
Constroem o céu


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No capítulo anterior refleti um pouco sobre os desejos, complementando temos a questão da "expectativa" e "ansiedade".

Sempre que desejamos, pela existência da dualidade, nos vemos diante de duas possibilidades, ter o desejo satisfeito ou não, e pela possibilidade da frustração surge a expectativa e dela a ansiedade.

Quando aprendemos a lidar com os desejos vamos retirando o sentido das expectativas e ansiedades.

Uma pessoa que lide conscientemente com os desejos não é uma pessoa "apática", apatia é um estado de indiferença, insensibilidade, um desequilíbrio. A consciência traz em si a sensibilidade, o domínio das emoções, o controle de si.

O entusiasmo vem da vontade, e esta vem do SER. Quem realiza pela vontade consciente se entusiasma por estar em sintonia com seu Íntimo!

Como citei no capítulo passado, a vida sempre nos colocará em situações onde iremos buscar diferentes objetivos, e a consciência sempre se moverá no sentido de superar-se, transcender, crescer, avançar rumo a auto realização íntima. 

A ansiedade se tornou muito comum em nossa sociedade, assim o observo, e temos muitas práticas que alimentam os desejos, expectativas e consequentemente as ansiedades.

Jogos eletrônicos, diversões que provocam fortes emoções, filmes de suspense, terror, competições, o sistema capitalista que nos move a lutarmos para vivermos superando uns aos outros, a busca por riqueza, etc. A prática de fazermos várias atividades ao mesmo tempo, o bombardeio de informações por todos os lados, a tagarelice interna e externa, enfim, são muitas as atitudes que fazem com que a mente viva agitada e consequentemente as vidas se tornam agitadas, a sociedade se torna agitada. O exterior é apenas o reflexo do nosso interior cheio de egos, nossa sociedade não poderia ser diferente do que está sendo.

É possível a mudança mas é preciso muita paciência e muita fé!

Um viciado em drogas que interrompa o uso bruscamente, faz o seu corpo sofrer, pois está acostumado, dependente, se torna vítima da síndrome de abstinência. Da mesma forma nossas almas, de um modo geral, estão acostumadas, dependentes da ansiedade, a mudança amorosa precisa ser inteligente e gradativa, ajudar o corpo a se desintoxicar destes vícios psicológicos, e ir colocando amor, consciência, no lugar.

Para combater os defeitos psicológicos da ansiedade é importante o despertar das virtudes da paciência, tolerância, resignação, simplicidade, a prática de pequenos momentos de relaxamento, concentração e meditação, entre outras ações. Aos poucos vamos impondo em nossas vidas um ritmo tranquilo, um viver sereno, reflexivo, vamos nos tornando reflexo da paz!

Mais para o final deste livro poderei explicar de forma direta sobre o trabalho de eliminar o ego e despertar a consciência. Por enquanto vamos traçando algumas características fundamentais dos defeitos psicológicos.

No próximo capítulo vou tratar da "impulsividade".

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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domingo, 3 de abril de 2016

Comunicado - 03/04/16.

Amigos, neste final de semana só consegui compor um capítulo do livro que está sendo publicado pelo Poesias Para o Despertar, ficaria feliz se pudesse escrever mais, entretanto não foi possível.

Abraço fraterno!

Ulisses Higino

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Desejo (Transmutando o Ego em Flor) - cap.19

O ego é a noite sufocando a vida enquanto a alma dorme...
Lindo é o despertar, quando os lábios do SER se abrem para respirar o amor e a luz o vem beijar!

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Desejo

As necessidades básicas da vida nos movem a buscarmos satisfazê-las. A sede nos move a buscarmos por água, a fome nos move a buscarmos alimentos, o frio nos move a buscarmos uma forma de nos aquecermos, o perigo nos move a buscarmos proteção, a necessidade de sobrevivermos nos move a buscarmos trabalho, etc.

Viver é uma constante prática de termos um objetivo para nossas ações, e deste objetivo há uma tendência natural de surgir o desejo de satisfazê-lo, e quando surge o desejo nos colocamos entre duas possibilidades, satisfazê-lo ou não, e pela possibilidade da frustração surge a ansiedade e a ansiedade desestabiliza a consciência. Havendo a ansiedade não há a serenidade, e sem serenidade a consciência não se manifesta.

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Podemos iniciar a busca por realizar uma ação tendo como meta um objetivo, e retirarmos da ação o desejo, agindo pela vontade consciente. Fazer o que é certo fazer, de forma reflexiva, em auto-observação. Fazer o que nos cabe, com serenidade, e para tanto o ser pode se auto-educar para realizar todas as suas tarefas com calma, com tempo de antecedência, para não alimentar o vício de ser apressado. 

Havendo a prudência, o viver com simplicidade, podemos alcançar o viver apenas com as atividades necessárias e irmos retirando os excessos das nossas vidas, assim podemos conseguir administrar o tempo com calma e vivermos de forma serena.

Todas as ações poderão ou não serem bem sucedidas, não temos o poder de determinar os resultados. Um bom resultado pode acabar sendo mal por trazer problemas futuros, um mal resultado pode acabar sendo bom por trazer consigo muitos ensinamentos que nos amadureçam, enfim, o bom e o mal são relativos e sempre farão parte de todas as vidas, portanto não é sensato desejar possuir um e desejar fugir do outro, apenas viver com serenidade e aprender com todas as coisas. Não temer pelo sucesso ou fracasso, estar disposto a aprender com os dois. A vida sempre colocará em nosso caminho suas dualidades, não temos como fugir.

Aconteceu um imprevisto e vamos nos atrasar? Podemos fazer todo o necessário para evitar o atraso e se não conseguimos nos resta apenas a serenidade. De que adianta a ansiedade? Ela resolve algo? Quem tem mais chances de se dar bem, uma pessoa ansiosa ou uma pessoa serena?

Podemos até viver momentos onde se faça necessário agir com rapidez, mas podemos fazer isto sem estarmos ansiosos.

Temos que limpar a casa e algo nos interrompe, a casa vai ficar suja... Se não tem remédio, remediado está, que fique suja e depois limpamos. De que adianta a intolerância? Ela alimenta a raiva, a impaciência, as agressões, as críticas, os xingamentos, etc. E o que ganhamos com isto?

Temos que sair de madrugada para socorrer um filho doente, de que adianta o mau humor?

Diante das adversidades a intolerância, a falta de serenidade, a ansiedade, só pioram as coisas. O que seria ruim passa a ser ruim mais o mau humor, se torna duas vezes pior! Pra que envenenar mais o sofrimento?

Sugiro uma profunda meditação sobre este assunto. Alcançando uma compreensão e se houverem muitos exercícios nos tornamos práticos em retirar o desejo das ações, agindo pela vontade consciente, fazendo o nosso melhor e nunca esquecendo que não temos o poder de determinar os resultados, e que sejam quais forem podemos aprender com eles.

Consciência é inteligência!

Fraternalmente,

Ulisses Higino
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