sexta-feira, 1 de abril de 2016

Desejo (Transmutando o Ego em Flor) - cap.19

O ego é a noite sufocando a vida enquanto a alma dorme...
Lindo é o despertar, quando os lábios do SER se abrem para respirar o amor e a luz o vem beijar!

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Desejo

As necessidades básicas da vida nos movem a buscarmos satisfazê-las. A sede nos move a buscarmos por água, a fome nos move a buscarmos alimentos, o frio nos move a buscarmos uma forma de nos aquecermos, o perigo nos move a buscarmos proteção, a necessidade de sobrevivermos nos move a buscarmos trabalho, etc.

Viver é uma constante prática de termos um objetivo para nossas ações, e deste objetivo há uma tendência natural de surgir o desejo de satisfazê-lo, e quando surge o desejo nos colocamos entre duas possibilidades, satisfazê-lo ou não, e pela possibilidade da frustração surge a ansiedade e a ansiedade desestabiliza a consciência. Havendo a ansiedade não há a serenidade, e sem serenidade a consciência não se manifesta.

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Podemos iniciar a busca por realizar uma ação tendo como meta um objetivo, e retirarmos da ação o desejo, agindo pela vontade consciente. Fazer o que é certo fazer, de forma reflexiva, em auto-observação. Fazer o que nos cabe, com serenidade, e para tanto o ser pode se auto-educar para realizar todas as suas tarefas com calma, com tempo de antecedência, para não alimentar o vício de ser apressado. 

Havendo a prudência, o viver com simplicidade, podemos alcançar o viver apenas com as atividades necessárias e irmos retirando os excessos das nossas vidas, assim podemos conseguir administrar o tempo com calma e vivermos de forma serena.

Todas as ações poderão ou não serem bem sucedidas, não temos o poder de determinar os resultados. Um bom resultado pode acabar sendo mal por trazer problemas futuros, um mal resultado pode acabar sendo bom por trazer consigo muitos ensinamentos que nos amadureçam, enfim, o bom e o mal são relativos e sempre farão parte de todas as vidas, portanto não é sensato desejar possuir um e desejar fugir do outro, apenas viver com serenidade e aprender com todas as coisas. Não temer pelo sucesso ou fracasso, estar disposto a aprender com os dois. A vida sempre colocará em nosso caminho suas dualidades, não temos como fugir.

Aconteceu um imprevisto e vamos nos atrasar? Podemos fazer todo o necessário para evitar o atraso e se não conseguimos nos resta apenas a serenidade. De que adianta a ansiedade? Ela resolve algo? Quem tem mais chances de se dar bem, uma pessoa ansiosa ou uma pessoa serena?

Podemos até viver momentos onde se faça necessário agir com rapidez, mas podemos fazer isto sem estarmos ansiosos.

Temos que limpar a casa e algo nos interrompe, a casa vai ficar suja... Se não tem remédio, remediado está, que fique suja e depois limpamos. De que adianta a intolerância? Ela alimenta a raiva, a impaciência, as agressões, as críticas, os xingamentos, etc. E o que ganhamos com isto?

Temos que sair de madrugada para socorrer um filho doente, de que adianta o mau humor?

Diante das adversidades a intolerância, a falta de serenidade, a ansiedade, só pioram as coisas. O que seria ruim passa a ser ruim mais o mau humor, se torna duas vezes pior! Pra que envenenar mais o sofrimento?

Sugiro uma profunda meditação sobre este assunto. Alcançando uma compreensão e se houverem muitos exercícios nos tornamos práticos em retirar o desejo das ações, agindo pela vontade consciente, fazendo o nosso melhor e nunca esquecendo que não temos o poder de determinar os resultados, e que sejam quais forem podemos aprender com eles.

Consciência é inteligência!

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br 

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