sábado, 24 de dezembro de 2016

Sacerdócio (Krisnha, Buda e Cristo) cap.17

Por volta dos vinte e quatro anos deixei minha família, amigos, emprego, faculdade e saí pelo Brasil, prestando serviços gratuitos para as comunidades de diferentes estados, por meio de uma instituição de auto-conhecimento.

Não recebi auxílio financeiro, saí com uma mochila nas costas e fé.

Dei cursos e conferências sobre o auto-conhecimento e outros serviços assistenciais, todos gratuitos, por onze anos ininterruptos, em Manaus/AM, Taguatinga/DF, Ceilândia/DF, Gama/DF, Aracajú/SE, Olinda/PE, Recife/PE, Caruarú/PE, Campina Grande/PB, João Pessoa/PB, Poços de Caldas/MG, Ribeirão Preto/SP, São Paulo/SP, Baurú/SP, Botucatú/SP e Andradina/SP.

Em cada lugar por onde passei arrumei uma atividade profissional para me manter, durante o dia, e de noite dava os cursos gratuitos. Vendi sanduíches na praia, fiz serviços de digitador, fui secretário, vendi canetas importadas, virei professor de natação, virei cabeleireiro e montei um salão sem ter um tostão no bolso, fui pintor, etc. Aprendi um pouco da profissão de servente de pedreiro, de pedreiro, de carpinteiro, de administrador e outras experiências. Passei por muitas privações, prestei muitas assistências, cometi muitos erros, amadureci, cresci! Sempre paguei meus alugueis e apesar de ter vivido momentos onde fui amparado, nunca explorei ninguém, sempre trabalhei e vivi dignamente.

Na minha compreensão um homem de fé é um trabalhador, um pai de família digno, um pobre que mesmo vivendo privações se mantém na honestidade. A vida destas pessoas é um "Sermão das Montanhas". Estes são homens de fé.

Na minha  compreensão é muito fácil ser um sacerdote recebendo moradia, salário, tratamento médico, roupas, etc. Estive por uma semana na Catedral de Ilhéus/BA, ao lado de um padre, uma cozinha farta, uma cristaleira cheia de bebidas, etc.

Cada um é livre para viver como sinta que deva fazer, faço reflexões. O que é ser um homem de fé? Como vou provar minha fé se não passo privações? Se não tenho que abrir mão dos meus apegos? Se não corro risco de vida?

Não sou favorável ao envolvimento de dinheiro nas atividades espirituais, cada coisa em seu lugar. Que cada um trabalhemos, tenhamos nossas famílias, cuidemos das nossas responsabilidades, sejamos exemplos vivos de pessoas íntegras, isto eu vejo como uma vida virtuosa.

Também não sou a favor de castrarem seres humanos com votos de "castidade", para depois de reprimirem os desejos surgirem tantos pedófilos e abusadores de diferentes naturezas. Mas isto não acontece somente no catolicismo, tenho certeza que são problemas de muitas instituições espirituais.

No próximo capítulo farei reflexões sobre o Diabo.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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