domingo, 17 de maio de 2020

A Ilha (A Vaidade) cap.01

Digamos que eu estava velejando em alto mar, sozinho. Meu veleiro afundou em uma tempestade e eu consegui me salvar em uma ilha deserta.

Se passaram meses e perdi qualquer esperança de ser encontrado. Provavelmente fui tido como morto no meio do oceano.

Sem rádio, sem telefone, sem espelho, sozinho na ilha.

Não posso fazer a barba, nem cortar o cabelo, nem vestir-me bem. Mas também não há sentido em me arrumar se ninguém está me olhando!

Não desejo ser admirado e nem reconhecido, pois não tem ninguém pra me admirar ou reconhecer. Não desejo fama, nem dinheiro, nem carro, pois nada mais faz sentido ali. Não faz diferença o que está acontecendo na política, nem na ciência, amizades, familiares, nada... Estou sozinho... 

Na busca por eliminar os egos, se uma pessoa for bem sucedida, talvez esteja naufragando em uma ilha, voluntariamente, mesmo que esteja vivendo na maior das metrópoles, com acesso a internet e por ela acessando tudo o que acontece no planeta... Fazendo da própria vida uma ilha, em comparação com a sociedade atual, pois já não lhe faz sentido as futilidades, as cobiças, as guerras, as vaidades...

Na ausência dos egos os valores são outros, a vida é outra, as fantasias acabam e a realidade se mostra...

No próximo capítulo vou escrever sobre "A Ostra e a Pérola".

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar
ulisseshigino@gmail.com

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