sábado, 7 de março de 2020

O inferno - parte 01 (O Diabo) - cap.10

PRINCESA YASODHARA

Dhara, princesa eterna
Ecoa no vento o teu nome
O verbo que o canta é celeste
E brota dos lábios do amor

Tu'alma abrindo-se em rosa
Reveste-se da luz da vida
Botão ao despir-se semente
Revela a pureza: teu SER

A lótus que nasce em teu colo
Encanta e extasia a aurora
A tez reluzente em teu seio
Se põe a beijar a manhã

Dhara-flora, bela e rara
A tua ausência é abismo
Que envolve um anjo que a busca
Outrora foi teu colibri

Dele é a voz que te clama
Vagando nas asas do tempo
Espírito alado que a chama
Perdeu-se por viver sem ti...

Esta é uma homenagem a uma Princesa que viveu há mais de 2.500 anos, no século VI antes de Cristo, na Índia. Ela foi a esposa de Siddhartha Gautama (Buda).

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Como muitas pessoas eu fui educado pra acreditar em um inferno de fogo e enxofre, regido por diabos, etc. Porém, não havia bases lógicas para estas crenças.

Hoje eu compreendo que é possível a existência de dimensões inferiores, conforme vi descrições dentro do Gnosticismo, e estes ensinamentos estavam embasados em um conjunto de valores bem complexos, e com muitas coerências. Por enquanto eu tenho vontade de falar de outro inferno, o inferno que nós criamos em vida.

Um inferno na infância

Quando eu era criança lembro de momentos onde as minhas irmãs assistiam filmes de terror eu eu ficava com muito medo, sozinho no quarto... Ficava ouvindo os sons de suspense e o medo era tanto que não conseguia ficar sozinho, e ia pra sala... Cobria a minha cabeça com um cobertor pra não ver nada. Estava com tanto medo que precisava estar perto das pessoas pra me sentir seguro, e ficava me torturando com os sons dos filmes.

Lembro de ter tido pesadelos horríveis quando estas circunstâncias aconteciam!

De noite eu tinha muito medo de uma mão de um monstro sair debaixo da cama e me pegar. Este foi um ego do medo que criei e que me assombrou por muitos anos, e ainda está vivo nas profundezas do meu inconsciente.

Certa vez, naquela época, o medo foi tão intenso que eu acordei na madrugada e via uma neblina na escuridão do quarto, e surgiu uma mão real, de um monstro, e subiu na cama... E eu corri pra cama da minha mãe e pai!

Faz muito tempo, as lembranças são vagas. Eu devia ter por volta de cinco anos. O que eu vi? Alucinações? Ou tive uma visão clarividente de uma dimensão infernal?

Aqueles momentos foram horríveis, torturantes.

Eu criei egos do medo que se manifestavam de noite, quando eu estava dormindo, sozinho no quarto. E estes egos continuaram se manifestando na adolescência e também na fase adulta. Aos poucos eles foram enfraquecendo, mas eu sei que eles ainda estão dentro de mim, embora faça tempo que não se manifestem.

O poder dos nossos pensamentos podem nos fazer suar frio, o coração disparar, podem nos fazer ter visões, alucinações, etc. Com a nossa mente podemos criar vários tipos de infernos.

Não sei mensurar a quantidade de pessoas, crianças, jovens, adultas e mais vividas, que criaram egos do medo que as assombra. É fato que existem vários milhares de pessoas com vários tipos de fobias, medos. Medo de elevador, medo de lugares com muitas pessoas, medo de escuro, etc. E estes medos produzem muitos sofrimentos.

Os infernos dentro de nós são os egos! Eles limitam nossas vidas, eles nos escravizam, eles nos fazem sofrer.

Continuarei no próximo capitulo.

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar
ulisseshigino@gmail.com


Este livro é continuação do livro "A morte do ego e o despertar da consciência", juntamente com os outros que foram escritos na sequência.

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