sábado, 2 de fevereiro de 2019

Django Livre (A Empatia e o Altruísmo) - cap. 13

Flor morena, pétalas azuis, cheirim de alfazema... Pedacim de céu.

Peço a fita no cabelo, nos olhos o brilho do Sol, para ver-te linda, Rosa, para ver-te Flor.

Doce flor morena, beijo hortelã, se a lua vaga na varanda és a estrela do jardim.

Peço o riso na janela, para dar-te um flerte... Sempre flora, sempre bela, linda Flor de Lis.

Teus lábios de pompas e adornos são o ninho de sedas, serenas, perfume... Pousada do Beija-Flor!

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Um dia meus filhos me chamaram para assistir o filme "Django Livre". Um filme de aventura, ação, com um enredo tratando sobre a escravidão, atores muito bons, imagens muito boas, um filme muito bom, na minha concepção.

As mazelas da escravidão foram encenadas muito bem. O enredo foi criando uma trama eficiente para levar quem assiste a sentir as dores vividas pelos negros na escravidão.

No final do filme, Django realiza feitos impressionantes e se transforma em um herói! Se vinga de todos os brancos cruéis, liberta sua amada e outros negros, mata também um negro puxa saco e termina coroado.

Durante o filme eu fui observando o meu centro emocional e o mantive-me sereno. A questão da escravidão, do racismo, foi tratada muito bem e me serviu para refletir e enriquecer a minha compreensão sobre o assunto. 

No final do filme eu percebi que muitas pessoas podem se identificar e ficar com raiva dos brancos, raiva dos racistas, desejar fortemente uma vingança, desejar que Django torture todos, o que acabou acontecendo.

Eu não produzi emoções "desejando" vingança, pois a vingança é um ego e eu não posso alimentá-la, pois a estou eliminando de mim. Mesmo que seja apenas um filme, uma ficção, os egos são reais e são alimentados com as minhas energias. Eu sou negro e mesmo assim não me permiti ser manipulado pelos estímulos que o filme lançou, relacionados com o racismo. Trabalho para desconstruir o racismo e a escravidão disfarçada  que ainda continua existindo, mas não uso da energia da guerra contra, trabalho com a reflexão, o diálogo, de forma pacífica.

Por meio de filmes, propagandas, novelas, etc, muitas manias são estimuladas e muitas pessoas criam muitos egos, criam muitas representações mentais, criam idolatrias, etc.

Criamos muitos egos pela imitação, vendo os egos nas pessoas e copiando. As crianças observam os adultos e vão imitando seus hábitos e esta capacidade de aprender imitando segue com a gente a vida toda, subliminarmente, inconsciente na maioria das vezes. Imitamos na vida real e imitamos também nos filmes, nos programas, nas novelas, etc. A arte é muito poderosa e nas mãos dos egos vão moldando uma grande parte da humanidade de acordo com as pessoas que estejam como líderes.

A capacidade da empatia é uma força, mas precisa estar ao meu serviço ao invés de ser controlada pelos meus egos. Vou me identificar e sentir as dores do Django? Sentir raiva, ressentimentos, desejos de vingança?

No próximo capítulo vou escrever sobre a empatia e a idolatria.

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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