sábado, 8 de fevereiro de 2020

Prisões do apego (O ciúmes) - cap.02

A vida caminha na espiral, o círculo gira, a estrela dança.

Dance estrela, dance!

A música não tem fim dentro do tempo finito... Encontre a flecha e te projete para o sol.

A saída é reta porém se encontra no giro do bailado, e o balé pode escravizar o dançarino, cuidado derviche!

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Morava com a minha mãe e pai, único filho homem, segundo caçula, não tinha vícios, era um jovem trabalhador, ajudava com as despesas de casa, ajudava a minha mãe na organização da casa, ajudava nas benfeitorias no portão, alvenaria, reparos diversos, etc. Aos vinte e quatro anos disse que iria sair de casa em São Paulo e iria para Manaus, para fazer trabalhos voluntários e ajudar as comunidades. Minha mãe teve uma crise nervosa e não aceitou... Meu pai já demonstrou uma aceitação, pelo menos aparente. Foram momentos traumáticos, mas eu precisava sair e já era um adulto com vinte e quatro anos. Precisava seguir a minha vida. Depois que saí de casa eu soube que a minha mãe e pai sofreram bastante.
A viagem foi tranquila, me instalei em Manaus, arrumei emprego, aluguei uma casa, escrevia para a minha mãe e pai com frequência. Tudo se ajeitou.

Fiquei onze  anos viajando pelo norte, nordeste, sudeste e centro-oeste, e me fixei no Distrito Federal. Amadureci bastante por meio de tantas experiências de vida! Por algumas vezes eu visitei a minha mãe e pai, e sempre mantive contato. Me mantive financeiramente, não dei despesas e nem preocupações pra minha família.

Se eu não tivesse sido firme no meu propósito, como estaria hoje? Teria ficado na barra da saia da mãe e colo do pai? E depois eles se vão e o meu destino, como fica?

Os apegos podem fazer com que aprisionemos pessoas que precisam sair de nossas vidas, e podem fazer com que outras pessoas se esforcem pra nos aprisionar na vida delas. A presença das pessoas em nossas vidas é temporária. Uns ficam mais, outros menos, mas todos os seres se vão um dia.

Amor é consciência, e a consciência é fruto da observação, reflexão, intuição, compreensão, e sendo o bom senso respeita o livre arbítrio, respeita a liberdade dos seres, da mesma forma que respeita a sua própria liberdade. 

Eu não me aborreci com a minha mãe e pai, eu os compreendi, agiram de acordo com o nível de consciência que tinham. Na percepção deles estavam fazendo o certo.

Estes assuntos estão relacionados com o ciúmes porque os apegos estimulam o nascimento do sentimento de posse, porque possuindo podemos dominar os seres para que façam somente o que queremos, e do sentimento de posse nasce o ciúmes.

Continuarei no próximo capítulo.

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar
ulisseshigino@gmail.com


Este livro é continuação do livro "A morte do ego e o despertar da consciência", juntamente com os outros que foram escritos na sequência.

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