O mal que se instala no peito, faz ninho. A agressão de mau agouro que voa e fere, sempre volta para o lar...
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Há muitos anos atrás eu viajei por quatro dias e quatro noites, de barco, indo de Porto Velho para Manaus. No meio do trajeto o barco entrou em povoados ribeirinhos e pudemos descer e conhecer um pouco de realidades muito distantes...
Lembro-me que certa vez eu estava dormindo na minha rede e comecei a ouvir um latido de cachorro! Pensei: "estou sonhando?!" Mas era realidade...
Com o barco em movimento, surgiram pequenas canoas com crianças remando, vindo na direção do barco e pedindo esmolas... Em uma das canoas estava uma criança e seu cachorro. Ficou claro pra mim que esta situação deveria ser comum por ali, as crianças abordando as embarcações na esperança de que alguns tripulantes jogassem algum alimento, ou dinheiro, ou alguma outra doação.
Se muitos hospitais aqui no Distrito Federal, capital do Brasil, não estão dando conta de atender sua população, o que dizer dos moradores destas regiões longínquas? Se já vi várias vezes crianças vindas de cidades da Bahia, Minhas Gerais, Goias, Tocantins, buscando atendimento aqui no Hospital de Base, em Brasília, o que dizer das condições da saúde pública destas regiões?
Brasil, país tão maravilhoso, tão gigantesco... Peço ao céus, em palavras, neste momento, que socorra este país, que socorra todos os demais países deste planeta, onde muitos estão sofrendo a miséria da pobreza e outros sofrendo a miséria da riqueza...
Vejo a miséria da riqueza como sendo aquela que destrói a alma do rico, afundando-a na lama do egoísmo...
Se não fosse a ganância, a cobiça, a doença por dinheiro e poder, os governantes do Brasil poderia ajudar este gigante a ser um país capaz de desfrutar suas riquezas e ajudar muitos outros menos favorecidos.
No próximo capítulo vou escrever sobre sentimentos nobres.
Fraternalmente,
Ulisses Higino
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