O Ser que sou é uma consciência, sou um silêncio. Não sou este corpo, nem o tom de voz deste corpo, nem o nome que me deram. Sou uma energia além das formas, além dos cheiros, além dos sons.
Da consciência que sou brotam estas mensagens, mas eu não sou estas palavras, estou além.
A consciência que sou, para se manifestar, se utiliza de "disciplinas", referências, pontos de apoio.
Primeiramente me educo para certas posturas quando vou fazer uma refeição, depois que consigo incorporar as ações, depois de ter repetido muitas vezes, esquecido algumas, lembrado outras, até que eu crie uma memória estável do ato, então tudo fica mais simples. Quando a memória está bem estabelecida, quando eu vou para a ação, automaticamente a memória surge. A ação se torna um gatilho para que a memória da disciplina apareça. E quando a memória aparece só me resta agir de forma reflexiva.
Os egos são estimulados por "gatilhos" inconscientes, as virtudes (consciência) são estimuladas por "gatilhos" conscientes.
Os egos escravizam, as virtudes só permanecem enquanto houver um trabalho. Os egos são como o mato e as virtudes como o jardim; o mato cresce sem esforços e destrói, o jardim só fica bonito enquanto o jardineiro estiver trabalhando. As virtudes são o amor, não escraviza, não aprisiona. Em qualquer momento que a pessoa decidir não mais alimentar a consciência, ela adormece... Os egos são o oposto, escravizam, nos dominam, e para retirá-lo temos que trabalhar muito. Dualidade.
Todas as disciplinas que eu cito estão nascendo em mim depois de mais de trinta anos que eu fiquei me dedicando, cuidando da minha terra interior, pra ver se nascia alguma flor... Agora que estas flores estão nascendo eu estou tendo que ser um jardineiro dedicado para que floresçam e depois tenho que manter este jardim na minha alma.
No próximo capítulo vou recapitular as disciplinas.
Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar
ulisseshigino@gmail.com
Este livro é continuação do livro "A morte do ego e o despertar da consciência", juntamente com os outros que foram escritos na sequência.
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