domingo, 11 de agosto de 2019

Usando o vento pra navegar ou remando contra a maré (Desconstruindo a impaciência) - cap.08

No palco da noite, canteiro de estrelas, a Lua é a flor que perfuma o olhar!

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Quando eu estava na fase inicial do despertar da consciência, bem inexperiente, tive um período no qual eu trabalhava como caixa bancário, no Banco Bradesco, foi por volta de 1988, 1889. Naquela época as filas se formavam diretamente nos caixas, as(os) clientes ficavam diretamente na frente dos caixas, olho no olho. As pressões eram constantes!

Para ir ao banheiro, nós, caixas, aproveitávamos um momento em que tínhamos que conferir alguma assinatura, ou fazer outro procedimento fora dos caixas, e disfarçadamente íamos ao banheiro! Não dava pra falar pras pessoas nas filas que íamos ao banheiro... Era uma rotina estressante todos os dias.

Imaginem uma fila grande na sua frente, você é o caixa, e você tem que ser super cuidadosa(so) porque senão pode fazer um cálculo errado e no final do dia a diferença vem no seu caixa, e se for negativa você tem que pagar do seu bolso! E imagine as pessoas impacientes fazendo comentários maldosos do tipo: que caixa lerdo, os olhares agressivos e impacientes, etc. E você não pode se alterar, senão será advertido pela gerência. E se não se controlar emocionalmente as contas não vão bater no final do dia... E todo final do expediente o supervisor vem fazer o fechamento de todos os caixas! 

Naquela época eu criei uma disciplina pra manter a serenidade, apesar destas circunstâncias, e no final do experiente eu controlava as minhas contas e sabia exatamente quanto daria no meu caixa, no fechamento. O supervisor vinha e até brincava dizendo saber o resultado do meu caixa. O resultado era R$ 00,00! 

Naquela época eu sabia de várias pessoas na função que sofriam de gastrite nervosa... Hoje em dia os caixas bancários tem um sistema melhor, as filas não ficam na frente dos caixas, as(os) clientes ficam em uma área afastada dos caixas e são chamadas(os) por um painel eletrônico e as(os) caixas não sofrem as pressões psicológicas do sistema antigo. Mesmo assim imagino que continue sendo uma profissão estressante por conta dos riscos de prejuízo.

Naquela época que fui bancário eu praticava a auto-observação durante a atividade estressante de ser um caixa, não tinha outra alternativa.

Eu nasci e vivi em uma família pobre, convivendo com as limitações que a pobreza impõe aos seres humanos. Eu não tive condições favoráveis me estimulando para o despertar da consciência, pelo contrário, tive muitas adversidades e tive que lutar contra elas. Até hoje eu sigo enfrentando muitas adversidades da mesma forma que a maioria das pessoas.

Escrevo este capítulo para as pessoas que tenham uma vida muito sofrida e estão buscando o despertar da consciência. Os nossos egos criam pensamentos pra nos afastar no propósito, do tipo: o despertar da consciência não é pra mim, com esta vida que eu levo não terei condições!

Em alguns momentos da vida usamos o vento pra navegar, em outros remamos contra a maré! Não dá pra esperar que as circunstâncias fiquem favoráveis para que despertemos a consciência.

No próximo capítulo vou escrever sobre a desconstrução do viver acelerado.

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar
Este livro é continuação do livro "A morte do ego e o despertar da consciência" e outros que o complementam

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