domingo, 5 de fevereiro de 2017

A tagarelice interior (Exercícios Para Transmutar o Ego em Flor) cap.175

Consciência é equilíbrio
Andar no precipício sobre a corda bamba
Tendo em mãos, vida num fio
A sustentar-se pela simples vara em riste
Atenção em plenitude!

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Nas caminhadas, qualquer pensamento ou emoção eu os interrompia e buscava saber de onde haviam surgido. 

Foram várias situações onde me pegava pensando e reconstruía mentalmente todos os pensamentos que havia tido de modo que via um pensamento estimulando o surgimento de outro por algum motivo e no final das contas tudo sendo gerado por eu ter visto uma formiga na calçada, ou por ter visto um carro vermelho, ou por ter ouvido a voz de alguém, etc.

Uma cor podia me lembrar alguém que usou um vestido desta cor em uma festa, e da festa eu poderia estar dançando e de repente criava fantasias onde eu estava frequentando uma academia de dança e participando de um festival de dança, do festival lembrava de um festival de música que havia participado tocando com os amigos, o líder da banda era um vizinho, lembrava deste vizinho e um dia onde estivemos na casa dele conversando sobre o auto-conhecimento, aí vem a mente a imagem do amigo do amigo, aquele que havia quebrado o violão de um colega, este amigo fumava maconha, aí começo a refletir sobre o uso de drogas, etc. Alguns pensamentos me faziam sentir raiva, outros luxúria, outros ciúmes, outros medo, etc.

Depois das caminhadas descobri os devaneios dentro de um ônibus, dentro do metrô, em sala de aula, fazendo uma refeição, enfim, em qualquer lugar. Os devaneios só eram interrompidos quando alguém falava comigo, ou quando um barulho externo me chamava a atenção, ou quando qualquer outro motivo externo me trazia de volta. Depois destas práticas os devaneios começaram a ser interrompidos por minha vontade própria, pelo meu trabalho para eliminar o ego e despertar a consciência.

Com estas práticas ficou claro como vivia em uma loucura interior. Minha mente estava programada para ficar solta, pulando de galho em galho, reagindo por dentro. Consequentemente, também ficava reagindo a qualquer estímulo externo, vaidoso diante de um elogio, com ira diante de uma ofensa, sem controle.

Desta forma fui desenvolvendo a concentração que necessitava para poder ficar sentado ou deitado fazendo uma prática de meditação ou desdobramento astral. Também passei a conseguir me auto-observar conversando, trabalhando, orando, etc.

Na próxima semana continuarei escrevendo e postando.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
Facebook : A Luz da Consciência

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