domingo, 10 de dezembro de 2017

Vínculos afetivos com os egos (A Consciência) - cap.171

O tempo perfuma a eternidade e a torna um romântico paradoxo, os gestos de amor perfumam a alma-rosa e a tornam a simplicidade encantadora!

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Vou aproveitar a questão dos vínculos afetivos dentro do assunto "família", para fazer algumas reflexões sobre os egos.

Os egos são defeitos psicológicos criados por nós, são formados com as nossas energias e se alimentam delas. São condicionamentos inconscientes, memórias, seres mecânicos.

Quando um ego está agindo a nossa consciência fica adormecida e este ego toma conta do corpo. Os egos sempre agem por associação, uns dando sentido aos outros. Sempre que vou eliminar um ego preciso compreender um conjunto de outros egos que estão dando sentido a este defeito psicológico.

Nós criamos vínculos afetivos com os nossos egos, faço esta afirmação baseado na minha compreensão e me abro para questionamentos e reflexões saudáveis.

Certo dia bebi um copo de pinga na casa de um amigo, a sensação foi muito ruim, muito desagradável. Nunca  mais bebi pinga desde então, já faz mais de vinte anos que isto aconteceu. Mas, eu poderia ter um grupo de amigos que bebem pinga, e sentindo a necessidade de fazer parte poderia começar a beber, para ser aceito, ou por outro motivo, para me dizer de macho, por ter criado a ilusão de que homem bebe pinga, ou algo assim. Talvez estes amigos fizessem piada de mim por eu não beber pinga, me colocando como fresco, como fraco, etc. Enfim, as circunstâncias poderiam me fazer beber e acabaria me acostumando. Com o tempo criaria o hábito, um ego, e sentiria falta da pinga. Pior que isto, desenvolveria um vínculo afetivo com a pinga, com o vício!

Estamos apegados ao nosso jeito de ser, ou seja, aos nossos egos, apegados a ira, ao ciúmes, ao medo, ao orgulho, insegurança, etc. O nosso corpo fica dependente, nossas células ficam acostumadas, nossa mente e centro emocional ficam contaminados com os nossos egos.

Se não alimentamos os vínculos afetivos eles enfraquecem e morrem. Um viciado em drogas pode se libertar diminuindo a quantidade aos poucos, desmamando, reeducando o corpo a viver sem as drogas. O corpo, aos poucos, vai se adaptando, se acostumando com doses menores, até que todo o vício possa ser retirado. Vai ficar uma semente, uma lembrança das sensações, e a pessoa poderá fazer o ego ressurgir desta semente. As lembranças também se apagam e assim vamos eliminando as sementes também.

Para eliminar os egos preciso quebrar meus apegos com eles, me desconstruir, retirar de mim as ignorâncias, inconsciências, e colocar no lugar a consciência, as virtudes da alma!

No próximo capítulo farei mais algumas reflexões sobre a eliminação do ego. Embora não seja o foco deste livro, sinto que faz tempo que não trato do assunto.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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