Se as palavras são perfume é sinal que o Jardineiro se apiedou do pobre pecador e colocou flores em seus lábios!
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Os seres humanos são universos, complexos, cada um diferente dos demais. Cada um tem um potencial diferente.
Uns tem habilidades para se desenvolver nas artes, outros tem habilidades para se desenvolverem na ciência, outros no artesanato, outros nos esportes, outros na medicina, outros como vendedores, outros com o poder da eloquência, etc.
Somos muito diferentes e precisamos nos ajudar, pois é impossível um ser humano com o poder de se desenvolver em todas as áreas do saber, auto-suficiente. Ninguém é auto-suficiente, todos precisamos de todos. Precisamos do padeiro, do açougueiro, do carpinteiro, do pedreiro, do mecânico, do médico, do artista, do pintor, do encanador, do eletricista, do professor, etc.
Com relação a política, é preciso que algumas pessoas que se especializaram nesta área ajudem os demais. A população não tem a obrigação de ter conhecimentos na área da política, alguns não tem a natureza voltada para esta área. Muitos além de não terem o potencial para se desenvolverem nesta área, não tem a mínima condição de fazê-lo.
A maioria da população é pobre, da pobreza se alimentam com precariedade, trabalham muito, não tem qualidade de vida, adoecem e não tem um sistema de saúde que os ampare, as poucas opções de prazer para aliviar a pressão acabam sendo atividades que adormecem a consciência: uns se tornam fanáticos por esportes, outros vão consumir bebidas alcoólicas para esquecer, outros vão para as novelas, outros vão usar drogas, outros ficam viciados em jogos, uns vão para as igrejas rezar para deixarem de sofrer, etc. Como estas pessoas terão tempo para estudar política? Se não tem nem condições de viver dignamente? Como alguém pode culpar o povo de não saber votar? Um povo tão sofrido como este?
Acordar cedo, levar comida requentada (marmita), trabalhar feito escravo para enriquecer os capitalistas egoístas, ganhar pouco, pegar ônibus lotado, voltar pra casa tarde, não ter orientação psicológica para compreender toda esta situação, consequentemente viver adoecendo, viver gerando problemas de relacionamentos com a família, etc. Esta condição de vida é favorável ao surgimento de doentes mentais, revoltados, ladrões, pedófilos, etc, etc, etc.
Se eu preciso dos serviços de um engenheiro eu tenho que procurar um; se preciso do serviço de um pedreiro, tenho que procurar um; se preciso de um mecânico, tenho que procurar um. "CADA MACACO NO SEU GALHO!".
A responsabilidade em ajudar o povo na área política é dos intelectuais que são conhecedores do assunto. Se estão sendo incapazes, não acho justo que joguem a culpa no povo! Estes intelectuais escolheram esta área, compreendo que devem ser responsáveis e se forem incapazes, devem ser humildes para reconhecer e não ficar se posicionando como sabichões e culpando as pessoas mais sofredoras da sociedade. Se eu estiver errado estou aberto para reflexões educadas.
O povo não é bucha de canhão, para ser manipulado para se manifestar, para ir às ruas, para colocar suas vidas em risco enquanto que os intelectuais que ficam incitando as manifestações ficam em suas casas tomando seu vinho e petiscando. Os seres humanos precisamos nos respeitar.
Antes de cobrar algo do povo, tire-o da pobreza, ajude-o a ter um sistema de saúde digno, dê-lhe segurança, dê-lhe uma escola de qualidade, uma jornada de trabalho reduzida, tempo para ele ter lazer, para estar em família, para fazer atividade física, para viajar, dinheiro para se alimentar com dignidade, condições para ter paz, equilíbrio. Desta forma o povo terá condições de ter consciência. Que moral os intelectuais tem de falar do povo enquanto vivam às custas da pobreza? Que moral os ricos tem para falar do povo, quando exploram este povo? Para alimentar cada rico é necessário centenas de pobres.
Se minhas palavras estiverem equivocadas e alguém me mostrar os erros, me sinto capaz de me retratar. Por enquanto esta é a verdade que eu vejo.
Peço que relacionem este capítulo com o anterior.
No próximo capítulo vou fazer um relato de um caso em particular.
Fraternalmente,
Ulisses Higino
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