sábado, 2 de dezembro de 2017

A ditadura (Consciência Social - Brasil 2017) - capítulo 6

Compreendo que a humildade possui ouvidos atentos aos mendigos, crianças, amigos e inimigos, sabendo extrair o bem do mal e o mal do bom.

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Ditador é aquele que dita as leis, ditadura é uma forma de governo onde o governante é ditador, governa de acordo com a sua vontade, não respeitando a democracia, não respeitando a vontade sequer do seu partido.

Dentro das forças militares vejo como prática comum a imposição da disciplina por meio de ordens vindas de hierarquias superiores. Cada superior fica com o poder de ordenar aos seus subalternos. É um ambiente propício para o surgimento da prepotência, da tirania, do abuso de poder, assim eu compreendo.

A história da nossa humanidade é cheia de relatos de abuso de poder por parte de forças militares.

Não sou favorável a ideia de que uma força militar governe um país. O equilíbrio me parece sensato, que nos governos existam integrantes com conhecimentos da área da saúde, da área da economia, da área da educação, da área militar, etc. No centro do poder deste grupo pode até estar um militar, desde que ele seja apenas porta voz deste grupo, o governo, e que este grupo seja o que decida pelo consenso. Neste caso não é um governo militar, o militar é apenas o administrador do grupo.

Um governo militar é um desequilíbrio, do mesmo modo que seria um desequilíbrio um governo apenas da classe médica, ou um governo apenas de cientistas, ou um governo apenas de juristas. Todo desequilíbrio é um erro, na minha percepção.

Não preciso conhecer exatamente o que aconteceu no regime militar que governou o Brasil, é fato que do militarismo surgiu e podem continuar surgindo torturas, tiranias, abusos de poder de diferentes formas. Não tenho dúvidas que houve ditadura no governo militar que regeu o Brasil.

Os militares são seres humanos com seus egos, defeitos psicológicos e também virtudes. Quando o poder é colocado nas mãos de pessoas com egos, estes egos podem se desenvolver de forma perigosa. Mas isto pode acontecer com qualquer pessoa. Coloquemos o poder nas mãos de alguém e talvez esta pessoa se transforme.

Tortura, abuso de poder, tirania, acontecem em todas as áreas. Muitas mães e pais são tiranos, muitos médicos são tiranos, muitos advogados são tiranos, muitos pedreiros são tiranos, muitos professores são tiranos, etc. Este é um problema que está dentro do ser humano, vem do ego. Algumas profissões são ambientes mais propícios para o surgimento da tirania, da prepotência, arrogância, etc.

Dentro do militarismo também existem pessoas gentis, sensatas, conscientes, não tenho dúvidas disto. Não vejo como certo generalizar, assinalar que todo militar é prepotente.

Na situação que o Brasil está vivendo atualmente eu não tenho uma compreensão definida do que é melhor ou pior, acontecer ou não uma intervenção militar. Eu sei que as vezes eu preciso perder para poder ganhar.

Como cidadão brasileiro me vejo diante de uma encruzilhada no momento de discernir o que pode ser melhor para o meu País. Vejo que o Brasil está correndo sérios riscos pela forma como está sendo governado e vejo que se houver uma intervenção militar também haverá riscos. Esperar uma nova eleição também é um risco, pois a cada dia o governo parece estar acelerando o processo de destruição da nossa sociedade. Sinto que tenho uma tendência de confiar que a intervenção militar talvez seja o mal necessário para que tudo não fique pior...

Vejo como solução que os militares tomem o poder e façam uma transição, organizando novas eleições democráticas. Mas acho que se eles tomarem o poder dificilmente vão abrir mão deste poder, o poder é sedutor!

Toda esta problemática tem feito surgirem muitos egos do meu interior, egos de raiva, de ressentimentos, de intolerância, etc. Estão sendo oportunidades muito ricas para eu descobrir diferentes aspectos destes meus egos e poder eliminá-los. Ao mesmo tempo me vejo na condição de buscar fazer algo como cidadão, pelo bem do meu País. Estas condições estimulam a minha consciência a trabalhar continuamente.

Nos momentos mais difíceis os egos aparecem como pipocas estourando na panela! Quando aproveitamos estes momentos podemos acelerar o nosso despertar da consciência, se não aproveitamos, alimentamos os egos ao ficarmos reclamando, xingando, criticando, protestando, remoendo, desejando justiças, etc. A consciência pode atuar com a serenidade em qualquer situação e suas decisões são fundamentadas no bom senso, equilíbrio e educação.

No próximo capítulo vou fazer reflexões sobre os civis e os militares.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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