O ourives esculpe no ouro a joia, a consciência
esculpe na alma a virtude, o ego esculpe sonhos no vento...
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A compreensão é uma força real, viva! Ela é fecundada, nasce, se desenvolve e se não for alimentada vai morrendo, se desfazendo.
Se tivermos vontade de conhecer qualquer fenômeno, isto acontece porque houve algum estímulo, semente. Se fizermos algum esforço para conhecer o fenômeno estaremos fecundando esta semente e ela poderá ser gestada em nossa alma. Observar, estudar as partes do fenômeno, estabelecer algumas memórias sobre ele, unir estas memórias para dar um sentido ao fenômeno, reflexão, e então chegar ao nascer da compreensão.
Fui estimulado a aprender matemática, na escola, os professores me conduziram ao aprendizado, nasceu uma compreensão. Primeiramente compreendi a soma, depois a subtração, a divisão, equações, raiz quadrada, regra de três, funções, etc. Eu parei de alimentar a compreensão da matemática e as memórias foram se apagando, a compreensão deixou de ser alimentada e foi morrendo... Hoje eu mantenho a compreensão da soma, subtração e divisão, todo o mais morreu, restaram apenas sombras de algo que se foi. Tudo o que não uso se desfaz, memórias que morrem.
Os seres humanos somos parecidos, pensamos, sentimos, temos um corpo que se movimenta, etc. Se eu tenho a compreensão e muitos outros fenômenos de natureza mental e emocional, então os demais também tem. Assim, quando fazemos descobertas sobre a nossa natureza, estamos fazendo descobertas da natureza de todos os outros seres humanos.
A memória que não é alimentada se desfaz, morre. Ainda bem! Já pensou ficar guardando lembranças de tudo?
Traumas, ressentimentos, são memórias que precisam ser compreendidas para depois descobrirmos a sua falta de sentido e serem esquecidas, serem ignoradas e deixadas para morrer. Quando não damos atenção para algo, este algo morre. Muitos traumas se mantém vivos porque inconscientemente os alimentamos.
Quando uma pessoa compreende a inutilidade do orgulho, da vaidade, da raiva, pode deixar de alimentar estes egos e eliminá-los para despertar as virtudes da humildade, da simplicidade, da serenidade. Os lugares não ficam vazios, coloquemos luz que o escuro se afasta; coloquemos virtudes no lugar dos egos, mas para isto é preciso compreender os egos primeiro, sua falta de sentido, e compreender o sentido da virtude, sua necessidade.
Não nascemos com um manual de instruções, precisamos construí-lo para descobrir o sentido da nossa existência. Bem, pra mim é assim, descobrir o sentido da minha existência é um objetivo de SER.
Quando aprendemos as funções de um celular, ficamos livres para usá-lo, explorá-lo, conquistamos uma certa liberdade. Podemos usar todas as funções ou somente algumas que são necessárias pra nós. Eu uso poucas funções do meu celular e já sou feliz! Rsrsrsrs Com relação a minha alma eu já busco conhecer muitas funções e quanto mais conheço e aprendo a manusear os potenciais do SER que sou, mais livre e feliz eu sou, menos vítima, mais senhor de mim mesmo! Outras pessoas não se interessam em aprender as várias funções da alma, se contentam com apenas algumas... Cada um é cada um, seguindo no seu tempo.
No próximo capítulo vou escrever sobre a razão.
Fraternalmente,
Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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