domingo, 21 de abril de 2019

A vontade e o desejo (Meditação) cap.25

Há um inimigo em meu interior, a ignorância. Seus argumentos são a agressão, o braço que o defende é o orgulho. Sua espada foi forjada no ferro enferrujado da mentira e a sua estratégia é a covardia. Seus aliados são a preguiça, a luxúria, o ciúmes, a vingança, a inveja, e muitos outros. Para eu desarmar este inimigo preciso enfraquecer os seus comparsas.

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"A vontade e o desejo" é um tema que precisa ser estudado com frequência em se tratando do despertar da consciência.

Do desejo nasce a "expectativa", e da expectativa nasce a "ansiedade" e a ansiedade adormece a consciência. Se buscamos o despertar da consciência precisamos eliminar os desejos. Todo desejo é um ego!

Quando uma pessoa dirige um carro estando embriagada, ela perde o controle dos sentidos. Quando a ansiedade domina o nosso corpo, a consciência fica como um embriagado, sem ter controle das funções do corpo.

Quando vou arrumar a casa exercito o "não desejar" resultados, apenas limpo. O resultado não me cabe, talvez eu conclua a atividade, talvez não. Geralmente eu concluo, mas algumas vezes surgem inconvenientes eu preciso dar atenção a outra prioridade, e a casa fica desarrumada. Se surgir o ego da raiva, da impaciência, eu os observo e trabalho para eliminá-los, despertando as virtudes da serenidade, da paciência.

A vida é como um jardim e as ervas daninhas sempre nascem. A(o) jardineira(o) consciente está continuamente mantendo seu jardim em harmonia, retirando as ervas daninhas. Um jardim florido, bem cuidado, reflete que ali há um(a) jardineiro(a) consciente, em trabalho contínuo.

Toda ação me estimula a "desejar" alcançar o objetivo, e então eu me disciplino para sempre realizar sem o desejo de chegar a um fim. Retirar as ervas daninhas! 

O fim é uma consequência, poderá ser realizado ou não, a vida é assim. Qualquer resultado é importante para a consciência. Os bons resultados fazem surgir certos egos que eu preciso descobrir, os resultados ruins também fazem surgir egos que eu preciso descobrir e eliminar. 

Em qualquer ação, quando estou disposto a crescer com qualquer resultado, eu trabalho com serenidade, sem desejos, sem expectativas, sem ansiedades. A minha consciência fica livre pra se manifestar! 

Não há sentido para desejar resultados quando todo resultado é importante e necessário. A vida é um conjunto de prazeres e desprazeres, e com ambos a consciência amadurece. Se ficamos desejando resultados, nos tornamos como um cachorro atrás do rabo, correndo atrás da felicidade e fugindo dos desprazeres, não tem fim, pois a vida é dual e não podemos eliminar os desprazeres.

O trabalho de eliminar os desejos, as expectativas, é um trabalho diário ao longo da vida. A vida é o jardim que temos que manter florido, com ações conscientes até o último momento. 

Os egos são os desejos, logo, para irmos eliminando os desejos temos que ir descobrindo os egos e os eliminando.

Se eu me educar para certas disciplinas e não exercitá-las reflexivamente, sem desejar resultados, ao invés de me beneficiar e despertar a consciência, posso criar mais egos, os egos perfeccionistas, as manias de organização, mania de limpeza, os transtornos obsessivos compulsivos, TOC.

Tenho compreendido que a base principal da consciência é a virtude da "SERENIDADE". Para alimentarmos a serenidade  precisamos exercitar a habilidade de eliminar os desejos, as expectativas, as ansiedades.

Uma disciplina é uma ferramenta para a consciência se desenvolver de forma reflexiva. Praticar disciplinas sem a consciência, sem reflexão, é criar manias, criar egos.

No próximo capítulo vou escrever sobre a diferença entre uma disciplina e uma mania.

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
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