sábado, 13 de julho de 2019

A consciência (A morte do ego, livro 3) - cap.05

Leitor(a), peço que ao ler estas palavras escute a sua voz imaginária lendo. Agora peço que mude o tom da sua voz imaginária, lendo com a voz de uma criança. Agora peço que leia com a voz cansada de uma pessoa com idade avançada.

Por trás desta voz imaginária está a sua consciência, construindo com a imaginação, os tons da sua voz. Esta consciência é um silêncio, é os olhos da sua alma. A voz imaginária lendo não é você, é uma energia, uma representação mental que criamos de nós mesmos.

Peço que você volte ao início deste capítulo e leia novamente observando a sua voz mental fazendo a leitura. Esta energia que está observando é a sua consciência, ela está além da voz imaginada.

Outra questão é a consciência observando a si mesma, autoconsciência!

Você pode perder um braço e a sua consciência continua, você pode perder a voz e a sua consciência continua, você  pode perder as pernas e a sua consciência continua. Ela não é o corpo, não é os sentimentos, nem os pensamentos, está além. Pra onde irá a consciência se o corpo morrer?!

Você pode, enquanto está lendo, neste instante, colocar a sua atenção no calcanhar direito e continuar lendo; pode colocar a atenção na sua coluna e continuar lendo; pode colocar a atenção na sua expressão facial e continuar lendo. A sua "atenção" é a consciência e ela usa o intelecto para interpretar o mundo, mas ela está além do intelecto. A consciência pode parar qualquer pensamento, emoção ou atitude, a qualquer momento.

Temos vários egos, os mais comuns são a "raiva", o "ciúmes", o "orgulho", a "intolerância", a "arrogância", etc. Desde criança ninguém me falou nada sobre a consciência e sobre estes egos, e eu vivi até a adolescência identificado com meus pensamentos, sentimentos e atitudes. Mudar de  postura foi um grande desafio. Estou há mais de trinta anos neste trabalho e ainda estou em processo. 
Imaginem uma pessoa fazendo uma reeducação alimentar, mudando seus hábitos, depois de muitos anos condicionada a uma forma de se alimentar... Não é simples. Diferenciar a consciência dos pensamentos, emoções e atitudes não é algo simples.

Assim como eu sugeri, neste capítulo, que você observa-se a consciência por trás da voz imaginária, também é possível  observarmos os egos por trás da voz imaginária da "raiva". A voz imaginária criada pelo ego da ira está xingando, criando um plano pra se vingar, imaginando uma forma de agredir tal pessoa, etc. O ego do fanatismo religioso está maquinando  planos mirabolantes pra atacar outras religiões; o ego da luxúria está usando da nossa energia mental pra criar fórmulas de sedução, pra explorar sexualmente alguém, etc.

Quando ficamos com um braço engessado por muito tempo, ao tirarmos o gesso temos que fazer fisioterapia. A auto-observação psicológica é uma faculdade atrofiada por falta de uso, se vamos começar a usar esta faculdade, vamos engatinhar, fazer fisioterapia para fortalecer os músculos da consciência.

Eu estou cheio de egos, condicionamentos, vícios psicológicos, e estou trabalhando para desconstruir o viver de forma inconsciente. A inconsciência controlando os pensamentos, emoções e atitudes, faz guerras, destrói a natureza, desarmoniza relacionamentos, adoece o corpo e a alma. A consciência busca o bem estar do coletivo, busca viver de forma harmoniosa, busca ser livre e respeitar a liberdade alheia, busca a paz.

Sugiro leituras e releituras reflexivas. Das releituras a compreensão vai se desenvolvendo.

Vou escrever apenas mais um capítulo.

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar

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