domingo, 9 de junho de 2019

A origem do ego (A morte do ego e o despertar da consciência) - cap.36

Entrei na noite para conversar com a Lua. Fui recebido com um chá de estrelas, e ela, cheia de luz, falou-me em silêncio... Meu olhar ouviu atentamente e o meu coração compreendeu a mensagem de paz!

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Complementando o cap.16 - Item "J" (A origem do ego) parte 1. Pulei do item "F" para o "J" por compreender que o assunto está se desenvolvendo neste sentido, depois voltarei aos itens que pulei.
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A natureza é cíclica, movimentos que se repetem de forma padronizada. Dia e noite, semanas, meses, anos. Primavera, verão, outono e inverno, e volta a primavera, o verão, etc. Ciclos.

Uma hora tem sessenta segundos, depois volta ao início e segue. Um dia tem vinte e quatro horas, depois volta ao início e segue. A semana tem sete dias, depois volta ao início e repete. Os meses, as estações do ano...

O movimento cíclico na natureza segue dentro da "dualidade". Dia e noite; impar, par; calor e frio; chuva e seca; alto e baixo; doce e salgado; etc.

A nossa natureza psicológica é afetada pelas impressões que nos chegam pelos cinco sentidos, o que vemos, o que ouvimos, o que tocamos, o que degustamos, o que sentimos. Imagens agradáveis nos estimulam a produzir certas reações, imagens desagradáveis nos estimulam a produzir reações opostas. O mesmo acontece com as impressões de prazer e desprazer nos demais sentidos, nos estimulam a produzir reações.

Todos os dias temos a manhã, a tarde e a noite. Pela manhã tomamos o café, pela tarde almoçamos, no início da noite fazemos um lanche. Estas atividades se repetem, dia após dia. Quando criamos certos comportamentos no café, no café do dia seguinte seremos estimulados a lembrar do comportamento e teremos a tendência de repeti-lo. Ao repetirmos comportamentos criamos os egos.

Os egos são hábitos, defeitos psicológicos, energias condicionadas. Como a vida é cíclica, os seres humanos nos desenvolvemos dentro destes ciclos e criamos atividades cíclicas também. Escola, trabalho, lazer, etc. Vamos pra escola de segunda a sexta em determinados horários, e isto se repete ciclicamente. Vamos ao trabalho de segunda a sexta em determinados horários, e isto se repete ciclicamente. Temos aula de natação segundas e quartas, e isto se repete. Os ciclos estão relacionados com a organização da vida.

Não há problema algum em repetirmos as ações, o problema é criarmos reações inconscientes aos estímulos externos que se repetem, e quando estes estímulos voltam as nossas reações se repetem de forma mecânica. 

Em uma circunstância uma pessoa foi grossa comigo e eu reagi com raiva, este acontecimento se repetiu e eu criei a raiva. Como várias pessoas, em diferentes situações, também são grossas, a minha raiva vai se multiplicando.

Crio a impaciência pelo ato da espera em um hospital. Como a impaciência está relacionada com a espera, tenho a tendência de reagir do mesmo jeito quando estou na fila do banco, quando estou ensinando e tenho que esperar o aluno aprender, etc. Em toda situação da espera os egos da impaciência vão se multiplicando.

Tive um trauma em um ambiente fechado e toda vez que me vejo em um ambiente fechado produzo o "pânico". O coração acelera, a pressão cardíaca se altera, tremor, etc.

Estamos com uma multidão de egos em nossas almas, criados por nós, por vivermos na zona de conforto, no piloto automático, reproduzindo reações mecânicas.

Mas, há um aspecto favorável. Da mesma forma que os egos se multiplicam, a consciência também se desenvolve. Quando aprendemos a eliminar um ego da impaciência adquirimos um saber que nos permite trabalhar todos os outros egos da impaciência e assim começamos o trabalho inverso, o despertar da consciência, a libertação da alma.

No próximo capítulo vou falar sobre a "Legião de egos".

Ulisses Higino
Poesias Para o Despertar

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