domingo, 9 de julho de 2017

O verbo consciente (A Consciência) Cap.12

A disciplina consciente é o corpo do amor
Se ausente for, ele não nasceu 
Se pequena for, ele é uma criança
Se estiver em flor, ele é um Colibri: um anjo
Se estiver jardim, nele está o Céu!

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Parte do ego da Ira em mim atua no meu verbo de forma bem clara, com palavras de baixo calão, com expressões ofensivas, etc. Ao longo do tempo eduquei meu corpo para não falar palavras de baixo calão e ofensas, isto passou a fazer parte da minha vida.

Quando estou falando, verbalmente ou mentalmente, tenho uma disciplina que vem à tona, o "cuidado com o verbo". Então passo a observar a forma como construo as expressões e minha consciência fica modelando expressões onde não estejam presentes os xingamentos, etc. Como a Ira vai sobreviver assim? Como a Ira vai se expressar se eu me educo para sempre ser educado, reflexivo e sereno? Uma ira agindo com educação, com gentileza? Sem falar palavrões? Conseguem imaginar? Desta forma eu estou eliminando a minha ira já faz tempo.

Tenho estratégias para retirar de mim as competições, pelo verbo. Quando percebo que estou me envolvendo em disputas, lutando por estar com a razão, então a minha consciência já entra em cena e harmoniza, retira de mim o "desejo" de ser o dono da verdade, assim exercito a humildade, escuto com atenção o próximo, aprendo a ceder, a respeitar, a tolerar as ideias que são contrárias as minhas, etc.

Tenho estratégias para retirar o "desejo" do verbo. Como todos os egos são movidos por "desejos", com esta estratégia eu enfraqueço todos eles, toda a legião inconsciente. Os desejos fazem nascer as "expectativas", delas nascem as "ansiedades" e estas desequilibram a minha consciência, perco o controle do corpo.

Eu não pergunto se uma pessoa tem desejo, pergunto se ela tem "vontade". Não uso perguntar se alguém "gosta", pois compreendo que dentro do gostar e desgostar estão a energia dos desejos, então eu pergunto se tem afinidades, se apreciam, etc. 

Tenho estratégias para não me limitar pelo verbo, ou seja, não fazer afirmações reforçando minhas limitações ou afirmando meus defeitos. "Eu não consigo", "tenho medo", "é difícil", etc. Posso não conseguir, mas não necessito afirmar isto; posso estar inseguro, mas não necessito dizer que estou com medo; se um trabalho tem um grau de dificuldade além de minhas condições eu faço o que posso, até onde eu consigo e não necessito fazer afirmações que se tornem obstáculos pra mim.

O verbo produz energias e se eu não cuido dele acabo criando expressões para derrubar a mim mesmo. "Sou tímido", "eu não posso", etc.

As auto-definições fortalecem as grades que me aprisionam!

Quando um aluno diz; "eu não canto", sugiro que ele diga "por enquanto não estou cantando, talvez amanhã", pelo menos assim ele abre uma possibilidade para se transformar e vir a cantar um dia, deixa uma porta aberta.

Não sou adepto do positivismo, não faço afirmações do que eu não sou, tipo "eu posso", "eu sou forte", "eu vou conseguir", etc. Eu não sei se vou conseguir, apenas não afirmo que não vou. Não estou atrás de resultados, apenas trabalho para ser consciente.

O positivismo cria egos, manias, fantasias. Não me adianta ficar afirmando que "sou feliz", a alegria e a tristeza fazem parte da vida, não estou atrás de fugir delas, são minhas professoras.

Venho tirando as inconsciências do verbo faz tempo, estou em um certo nível e aos poucos estou me aprimorando. Sugiro que cada um crie suas estratégias de acordo com o seu nível de consciência e com o tempo a própria consciência vai se aprimorando nesta arte de expressar a sua luz no corpo.

Também retiro as expressões autoritárias do meu verbo, não ditando regras, não dizendo para as pessoas o que elas devem fazer. Também retiro as expressões que dizem verdades, uso dar sugestões e falar em nome da minha compreensão, na maior parte das vezes.

No próximo capítulo farei uma pequena reflexão sobre a eliminação do ego.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br

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