Buscador que sou, persegui a verdade e me perdi ao encontrar um infinito em cada esquina!
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Existem vários egos da preguiça, vou relatar um trabalho que fiz sobre um deles.
Em 1995 eu fui morar em Sergipe, Aracajú. Depois do almoço, em um certo dia, eu me deitei um pouco antes de voltar para o trabalho. No dia seguinte lembrei-me e deitei-me novamente. Sem me dar conta fui criando um vício psicológico, aparentemente inofensivo. Este hábito me acompanhou por mais de quinze anos.
Morando aqui no Distrito Federal, quando tive que dar aulas de música depois do almoço, meu corpo ficava sonolento. Eu ficava em pé, tocando violão, e meus olhos iam fechando... Tinha dificuldades de ficar acordado!
Quando tinha que dirigir depois do almoço, meu corpo ficava sonolento e por várias vezes eu quase me acidentei e coloquei em risco outras vidas.
Eu condicionei meu corpo a ficar sonolento e dormir logo depois da refeição do almoço. Ele seguiu a risca a programação!
Fiquei escravo deste vício... Foi angustiante.
Comecei um trabalho para me reeducar, desconstruir este hábito. Deixei de deitar depois das refeições, depois eu fui criando estratégias para ficar em movimento após a refeição. Foram anos de trabalho.
Hoje tenho resquícios deste hábito, mas ele está praticamente sob controle e agora estou trabalhando para eliminar seus resíduos.
De uns anos pra cá eu até faço um relaxamento, às vezes, depois do almoço, mas não em seguida. Logo após a refeição eu faço alguma atividade, para que meu corpo não associe o relaxamento com a refeição. Quando não posso fazer o relaxamento fico tranquilo e já não sou mais vítima deste hábito.
Este ego foi criado por mim, um condicionamento, atuando no centro instintivo e no centro motriz, com reflexos nos demais centros.
Neste capítulo eu estou simplificando tudo, o processo foi angustiante e lento. Tive que descobrir várias formas pelas quais este hábito agia, até criar estratégias para enfraquecê-lo aos poucos.
Os hábitos são criados, alimentados, fortalecidos, passam a dominar o corpo. Da mesma forma podemos fazer o caminho inverso, observar, ir enfraquecendo, tirando alimento, até eliminar o hábito.
Faço o mesmo trabalho com os hábitos da raiva, do orgulho, do ciúmes, da intolerância, da impaciência, etc. É um trabalho diário, momento a momento, são muitos egos sendo trabalhados. No lugar dos hábitos vai ficando uma consciência desperta, experiente, autoconsciente. A estratégia para eliminar cada ego precisa ser criada por mim, de acordo com este defeito.
Vou iniciar a composição de mais um capítulo, se possível o publicarei ainda hoje.
Ulisses Higino
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