domingo, 11 de setembro de 2016

Estratégias ( Exercícios Para Transmutar o Ego em Flor ) cap.23

Ser livre, sou...

Estou me acorrentando a cada instante, num abraço a Ele que é o vazio...

A cada laço-beijo que lhe dou, Ele sendo voo, faz-me pássaro...

Me aprisiona a ela, a pena que flutua, no ato do amor...

Eu a amo, brisa, e ela faz-me luz, me transpassa a alma... Eu me perco nela, ela perdida em mim, nos fazemos céu!

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Em uma batalha é necessário uma estratégia, no caso do despertar da consciência estamos dentro de uma batalha que se estende por toda a nossa vida.

Alguns fatores necessitam de um cuidado especial.

No meu caso observei que as representações mentais de músicas tomavam grande parte de vários momentos no meu dia a dia. Com muita frequência minha mente ficava cantarolando esta ou aquela canção enquanto eu caminhava ou fazia uma refeição, ou realizava qualquer outra tarefa. Enfim, o hábito de ficar cantando, mentalmente ou verbalmente, paralelamente a outras atividades, era um grande fator de adormecimento da minha consciência.

Observo que este hábito é comum em outras pessoas com as quais convivo, provavelmente seja muito comum em muitas pessoas.

Nossa mente se concentra em apenas um objeto, quando fazemos duas ou mais atividades ao mesmo tempo, ela interrompe a atenção para uma atividade e se volta para a outra, e isto é muito sutil, não é simples de se perceber. Aparentemente podemos achar que temos a capacidade de dar atenção para duas ou mais atividade, mas o fato é que nossa atenção se fraciona.

Pela repetição nossa mente se condiciona, ela entende que o certo é ser assim, e de tanto ficarmos com a atenção pulando de galho em galho, durante o dia, a mente fica educada a ficar pulando de um pensamento para outro, divagando, indo para o passado e para o futuro, em qualquer momento, etc.

Observando toda a tagarelice interior, o amontoado de egos falando incessantemente, percebi que havia um bem típico, por meio do qual eu poderia frear todos os demais! Este é o ego de ficar cantarolando sem controle, em qualquer momento, em qualquer situação, etc. Este ego foi pra mim como a porta de uma barragem, por onde toda a represa se movimenta. Quando fechei esta porta toda a tagarelice ficou represada e parou de se movimentar pelo meu corpo.

Esta mudança foi gradativa, não foi de uma só vez. Este trabalho foi feito ao longo de vários dias. Como resultado minha mente se reeducou, agora ela sabe que eu não canto fora de hora e de lugar.

Uma pessoa carnívora pode se tornar vegetariana, mas isto não acontece do dia para a noite. Um chocólatra pode deixar seu vício mas também não o fará do dia para a noite. Toda transformação requer muita paciência, dedicação, continuidade, e estratégias.

Depois vou detalhar as atitudes internas diante dos defeitos psicológicos, egos, hábitos. A princípio sugiro a atenção reflexiva que aos poucos faz em nós a compreensão nascer, e com a compreensão vamos compreendendo a falta de sentido para o defeito em questão e então vamos parando de fazer o que este defeito deseja fazer, mas sem reprimí-lo.

Reprimimos um ego quando interrompemos sua ação sem compreender o porque da nossa atitude. Quando compreendemos a falta de sentido do ego e não o alimentamos, nossa ação está embasada na compreensão, aí não uso o termo reprimir, sim parar de alimentar o ego.

No meu caso a eliminação do ego que fica cantarolando descontroladamente foi uma estratégia preciosíssima! Me ajudou a ganhar muito terreno no trabalho pelo despertar. Deixo esta disciplina como sugestão.

Por favor leitores, sugiro releituras e reflexões sobre este capítulo.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br 

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