domingo, 27 de janeiro de 2019

A empatia que machuca (A Empatia e o Altruísmo) - cap. 08

Coloco sementes na folha, letras, ao lê-las, teus olhos germinam e os frutos vão pra tua alma... Em época de colheita teus lábios lançam os frutos para o mundo!

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Leitoras(es), ontem eu fiquei sem ter como acessar a página do "Poesias Para o Despertar", por isso não escrevi.

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Trabalho como professor de música, já escrevi sobre isso.

Sou consciente da importância de observar o comportamento das minhas alunos e alunos, buscando uma compreensão da psicologia de cada um para poder atuar em sintonia com cada SER. Vejo que a vida é assim, necessitamos fazer leituras contínuas da psicologia de todas as pessoas e moldarmos as nossas atitudes nas relações, de acordo com o nível de consciência de cada pessoa com a qual nos relacionamos, ou grupo de pessoas.

Pouco tempo atrás, em um momento de aula, uma das minhas alunas estava com expressões demonstrando uma ansiedade pelas dificuldades de aprender os exercícios. Já venho observando os traços psicológicos desta aluna, desde que entrou no curso.

Por conta de um conjunto de fatores nos comportamentos desta aluna, nesta aula em particular eu comecei a produzir a energia da ansiedade em mim, sentindo o que eu percebia que a aluna poderia estar sentindo. Foram momentos de desprazer, sofrimento; eu produzi aqueles sofrimentos, aquelas energias que machucam. A aluna me estimulou, mesmo sem saber disto, e eu vivi as energias de ansiedade que ela estava demonstrando sentir.

Eu não costumo viver estas experiências, mas acontece, comigo e com qualquer pessoa, sei disto.

Há cinco anos eu visito o Hospital de Base, atendendo crianças, com a musicoterapia. Já presenciei vários tipos de sofrimentos, enfermidades, deformidades, dores... Também visito o Hospital Materno Infantil de Brasília e atendo com a musicoterapia, as gestantes de alto risco. Nestes Hospitais eu não me envolvo emocionalmente com nenhum(a) paciente. Se eu for produzir em mim as energias dos sofrimentos que estas pessoas passam, não terei como ajudá-las.

É necessário que consigamos ter um certo controle do nosso centro emocional, senão sofremos muito e não temos como prestar auxílio para nossos semelhantes, em momentos de dificuldades. E quando precisarmos de auxílio, não poderemos ser auxiliados por pessoas que se identifiquem com as nossas dores e sofram com a gente. Uma pessoa que sofre comigo, ao invés de me ajudar, poderá me estimular a sofrer mais ainda!

Uma pessoa que goste de medicina não pode sofrer ao ter contato com o sofrimento dos SERES. Mas, há um risco de ocorrer o inverso, desenvolvermos a "indiferença" para com o sofrimento dos SERES, frieza... Isto é perigoso!

A autoconsciência, o controle de si, o trabalho interior, são fundamentais no processo do desenvolvimento humano.

A minha fraqueza, que relatei acima, me identificando com o sofrimento da minha aluna, serviu-me para me aprimorar, pra lapidar a minha consciência, o meu domínio interior. Sou grato pelas experiências, sejam boas ou dolorosas.

No próximo capítulo vou falar sobre o domínio sobre o centro emocional.

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br
Facebook: A Luz da Consciência
ulisseshigino@gmail.com

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