domingo, 28 de agosto de 2016

A Pureza ( Exercícios Para Transmutar o Ego em Flor ) cap.14

O amor é uma ação desprovida de intenção, a pureza de uma flor é isenta de paixão!


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A fome é natural, a gula é um desequilíbrio; o instinto de preservação é natural, o medo é uma doença; a busca pela simetria, harmonia, é natural da consciência, a vaidade é um vício psicológico que nos leva aos exageros; a atração sexual é natural quando os casais estão juntos, nasce de estímulos, a luxúria é uma doença psicológica, etc.

Quando vamos eliminando os egos, desejos, vamos desenvolvendo a sensibilidade para identificar as necessidades básicas do nosso corpo, assim vamos nos tornando pessoas mais puras. A cada manifestação de ego que eliminamos, despertamos uma parcela da alma que estava presa neste ego, e junto dela está uma parcela de pureza que corresponde ao nosso Ser. Na alma está a consciência e esta consciência precisa ser desperta nesta alma que foi libertada.

A pureza é o viver sem desejo, sem interesses, sem intenções. Bem, este é um assunto muito delicado de se tratar!

Trabalho para manter a vida, mas não preciso desejar ser bem sucedido, não preciso de desejo para ser bem sucedido, preciso de consciência. O que me cabe é agir com responsabilidade, respeito, integridade, organização, e o demais é consequência. Mas também existem outras forças que fogem do meu controle, mesmo fazendo tudo corretamente não posso garantir que terei sucesso. Mas o que é o sucesso? Sucesso é viver em harmonia, simplicidade, equilíbrio, ser consciente. Sucesso não é riqueza, pois a riqueza não é equilíbrio, é um desajuste, um que acumula em si o que poderia estar ajudando a outros, economia inflacionária.

Uma pessoa consciente pode ter o poder de produzir e gerenciar riquezas, mas ainda assim se mantém na simplicidade e usa sua riqueza para ajudar os semelhantes de forma sábia. Reter em si além do necessário é egoísmo.


Limpo a casa e surge o desejo de que fique limpa, então eu retiro o desejo. Não limpo a casa para que fique limpa, limpo porque esta ação é um reflexo natural da consciência que sou, organização, harmonia, limpeza. Não necessito do desejo para viver, necessito SER. Se acontece um imprevisto e não consigo manter a casa limpa, está tudo bem, deixo como está e exercito a paciência, a tolerância, alimento estas virtudes! De todo modo posso sempre ver a vida como alimento para a consciência, tanto o bem quanto o mal. É perfeito que eu não tenha controle sobre o exterior, assim a minha consciência é exercitada em cada instante, nos imprevistos; no fundo o controle que preciso é o controle de mim mesmo!

É natural que criemos um objetivo e este nos mova ao seu encontro, porém, depois de criar o objetivo a consciência exercita buscá-lo sem desejar, um paradoxo! Todo objetivo nos leva ao desejo de conquistá-lo, mas a consciência sabe que não está atrás de resultados, está se movimentando, vivendo, a jornada é a vida. Seja qual for o resultado a consciência aprende com ele. Desejar é ter expectativas e destas nasce a ansiedade que adormece a consciência.

Cada capítulo deste livro pode despertar em cada leitor, pela intuição, um universo de percepções diferentes, compreensões relacionadas com a sua vida. Basta a leitura serena e reflexiva, duas, três vezes, e em cada vez a intuição começa a nos trazer percepções relacionadas com cada parágrafo. Assim a compreensão vai crescendo. Cada capítulo poderia se transformar em um livro, mas o tempo não permite...

Há muito o que aprofundar sobre a pureza!

Mais uma vez enfatizo que as mudanças são gradativas, responsáveis. Não vejo como sensato que um rico tente de uma vez viver na simplicidade, vai acabar sofrendo. É preciso ir devagar, se desapegando, mudando seus hábitos, eliminando o ego, refletindo, expandindo a compreensão, colocando no lugar do ego as virtudes, o amor.

Fraternalmente,

Ulisses Higino
www.poesiasparaodespertar.blogspot.com.br

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